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quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Voto por dicionário

Bebendo das palavras deitadas por José Saramago no seu artigo intitulado “Democracias e demagogias” corrim com el para o dicionário por ver se a essência de duas palavras me dava para sacar em claro de cara o dia 1 de Março. Como el consultei democracia e demagogia por ser a primeira de uso frequente entre a classe política junto a liberdade e a segunda a que a sua verborreia fai evidente dia-a-dia. Tomemos, pois, estas duas palavras para analisar os candidatos do 1 de Março.

Alberte Núnhes Feijoo é umha má cópia de Fraga Iribarne, sem o seu carisma nem a sua visom política, que naufraga na aplicaçom dumha oposiçom mimeticamente tomada da rua Génova de Madrid e que soterrou definitivamente qualquer linha de fazer do PPdG umha opçom com um ar efectivamente galeguista, linha que representava Cuínha. É um paladim, portanto, do ministro da ditadura que deixou milheiros de mortos após quarenta anos como principal êxito. No entanto, a hipocrisia fai que semelhe um anho quando é um lobo e «baixo da macia lã do anho aparecem, mal disfarçados, os dentes vulpinos», como o Nobel dizia por um candidato da direita herdeira do espaço político do Salazarismo adjuntando-se-lhe facilmente aquilo outro de «o uso que faz de palavras como liberdade, justiça, direito chega a ser indecoroso». Nengum democrata com ética de esquerdas pode votar em PP, por ser de direitas e comprovar os efeitos dos seus governos, ora Fraga, ora Aznar.

A maior ameaça, no entanto, para o PP é UPyD onde Rosa Díez e a nena de Rajoy, feita mulher. Destila ódio e racismo lingüístico em partes iguais contra todo aquel que nom diga cada manhá «soy español» e como tam espanhol é o empresário Pozero coma um obreiro muçulmano do bairro de Valhecas acabárom-se os problemas. Se hai Espanha nom hai paro, nom hai precariedade laboral, nem hai milheiros de mortos polo terrorismo patronal, vítimas sem augustos vozeiros que as usem e as empreguem com fins políticos. Nengum democrata pode votar em UPyD porque nom som democratas.

Tourinho emprega um mao galego que nunca soubo falar, como nunca soubo moi bem em que opçom política adscrever-se, um viraventos, figura quase institucionalizada na social-democracia reformista a julgar pola delegaçom do partido em Chantada. Tenta paliar a sua total falha de carisma e olfacto político com um efeito Obama, imitando a mesma metodologia com a que tanto nos bombardeárom durante os últimos tempos sem ensinar os milhons de pobres que vivem nos EUA em condiçons miseráveis, para os que nunca haverá sonho americano e os que nom podem Yes, I eat. Agora o PSOE promete e arremete contra os que lhe fam a cama numha estratégia que veremos o resultado que lhe dá ao BNG. Tourinho, entom, vai com os da feira e vem com os do mercado sendo um simples home-de-palha de José Branco e o politburó da rua Ferraz. Votar Tourinho é votar aos interesses da direita, garantir o cordom sanitário face as aspiraçons democráticas do povo galego, entre as quais, imos ser francos, se topa o monolingüismo em galego (que é o que significa normalizaçom) e a autodeterminaçom. Vindicaçons que à federalista Esquerda Unida nem lhe vam nem lhe venhem porque acham desde Madrid que com autonomia mais ou menos demagoga todo se amanha. A mesma tijola com o mango trocado.

Temos a FPG ou Nós-UP, opçons soberanistas e coerentes, o discurso que nom procura convencer nem encher com lisonjas pré-eleitorais à gente, porque apenas querem fazer compreender ao que tenha ouvidos que portam o discurso da razom. Mas votar neste contexto é favorecer o desequilíbrio entre a esquerda nacionalista e as forças espanholistas. Semelha que haverá que aguarda umha pronta ruptura pola esquerda no BNG para tentar reconstruir umha esquerda soberanista unida, madura e com umha maior base social para poder agir por vias mais esperançadoras ca as actuais.

Do Partido Galeguista, Terra Galega ou como dianhos se chamem melhor nom falar, som do corte do Partido Andalucista, umha coorte de reaccionários aos que só lhe interessam parcelas de poder e nom a redençom do povo galego nem sequer desde a exígua via parlamentar.

Fica-me entom Anjo Quintana. O home das boas formas que substituiu ao furacam que fixo do BNG o que é, o tolo mais maravilhoso que passou por Galiza se é certo que estava tolo como predicavam desde o PP. Se o está aguardo colher essa toleia denantes de chegar a velho. No entanto, hai que reconhecer que o dia 1 de Março o melhor candidato é Quintana. Trai consigo um discurso sério e a um tempo próximo à gente, sem vestir-se, coma os demagogos, de rei mago e prometer o ouro e o mouro e com a bagage que dam os feitos após quase quatro anos de governo. Promete apenas o que pode previsivelmente cumprir. Votar em Quintana será votar no respeito pola política como actividade responsável do home. Quintana e, coma Zenha para Saramago em 1986, o presidente desejável o dia 1 de Março, nom o ideal, mas nestas horas sombrias o necessário. O meu voto por dicionário já o tem.

5 comentários:

Anónimo disse...

Despues , de que se abra un camino de esperanza en GALICIA, siempre es bueno saber de las artimañas del BNG de CHANTADA, principalmente de su señorito Ildefonso Piñeiro de intimidacion , amenazas! y abuso de poder an su profesion de enfermero en Monforte, no es estraño escuchar de boca de personas que estando en cuidados hospitalarios, son asaltadas por este individuo para pedir supuestos favores por un trabajo que creo , que ya cobra . Al final todo caera.. y se sabra

Anónimo disse...

En lo que respecta al Bloque, el 1-M acaba de confirmar que el quintanismo , ese nacionalismo de centro con fuerte penetración social, no tiene precisamente un futuro lustroso en Galicia. Los escándalos asociados a algunos departamentos del BNG, unidos a la reedición de prácticas que el electorado nacionalista asociaba al PP, le pasaron factura al Bloque

AFP disse...

A respeito dos comentários aparecidos hoje neste blogue dizer:
a) O projecto de Ildefonso Pinheiro e do BNG de Chantada nom saiu para nada mal parado destas eleiçons, nom assí o BNG a nível nacional, posto que em Chatnada o BNG atingiu mais votos que hai quatro anos e posiciona-se praticamente à ultura do PP.

b) O Projecto do quintanismo e a UPG fracasou de cheio, e o arredismo galego deve voltar a pocionamentos fortemente esquerdistas

c) O PP tem pouco que celebrar despois de chegar ao poder no meio da campanha mais suja e ratreira, com o paoio dos meia madrilenos e com receitas neoliberais que tam só farám piorar a situaçom socio-política e enonómica da Galiza. Tempo ao tempo.

d) Os resultados dam clara mostra de que o arco social da esquerda na Galiza se tinha situado num teito histórico hai quatro anos e que, malia que a gestom do governo de PSOE e BNG foi em linhas gerais boa nom atingiu o reconhecimentos social ajeitado na populaçom em parte pola estratégia de ocultaçom dos méritos do BNG por parte do PSOE.

e) De cara as municipais, a envalentonada Susana Lopes Abelha e os que nesta hora tantas esperanças tendes em atingir o poder e voltar à política de asfalto e chiringuito (por isso me surpreendem os ataques de "cacique" a Ildefonso Pinheiro, por virem de quem venhem e ser completamente infundados), deveria preocupar-se mais por esses sectores das classes meias chantadinas desafectas a actual direcçom do PP e polo voto rural facilmente recuperável por Manuel Varela se decide finalmente apresentar umha candidatura própria.

f) Ainda que faremos reflexons nos próximos dias, resulta indiscutível que na esquerda arredista se deve abrir um fundo processo de debate que permitam nom ter que aguardar a que Feijo cumpra oitenta anos, a que venha outra guerra do Iraque,a que outro petroleiro nos enlame as costas e a que outros Cacharro e Cuinhas espoliem o país como tam bem o figérom no seu dia.

Obrigados pola vossa opiniom

Anónimo disse...

Deíxaos, xa todos os que temos algo de conciencia cidadá sabemos cal é a xestión do PP.

AFP disse...

Aqui umha pequena mostra do seu bom-fazer

http://www.slideshare.net/danielsueiro/os-excesos-do-pp?type=presentation