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quarta-feira, 10 de junho de 2009

Massacre em Bagua (Perú)

Estas som acçons de tiranos fascistas denominados como "demócratas" em Ocidente. Vejam o que empresas como Repsol fam para medrar e seguir agigantando os seus marges comerciais. O problema é o capitalismo.

" O que nom se decata é um imbécil.
O que se decata, e nom actúa, é um criminal",
Bertolt Brecht.

Eis o aterrador documento:

http://www.youtube.com/watch?v=rG7rHB1nnOw

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La vida no vale nada cuando
otros se están matando
y yo sigo aquí cantando
cual si no pasara nada.

La vida no vale nada
si se sorprende a mi hermano
cuando supe de antemano
lo que se le preparaba.

La vida no vale nada
si cuatro caen por minuto
y al final por el abuso
se decide la jornada.

Pablo Milanés - la vida no vale nada



Certo jovem amigo pediu-me que escreva umhas linhas, explicando o meu ponto de vista, mas que nom seja "tam radical".

Lamento nom poder complazê-lo: se defender a vida, a natureza e a paz é ser radical, pois eu som RADICAL, incorregivelmente radical, terrivelmente radical.

Ante a matança dos meus irmaos amazónicos, perante o pacto infame assinado pola imprensa convencional e os grupos de poder, perante a difamaçom e a perseguiçom dos líderes sociais, a única saída é botar-se às ruas e expressar o nosso total regeitamento perante estes feitos, abertamente, sem esconder-se em letras ou papel virtual.

SAÍR ÀS RUAS E PROTESTAR NOM É SER RADICAL, É SER HUMANO

Na Amazónia peruana vivem, desde fai milénios, 1509 comunidades nativas, que controlam por volta de 10 milhons de hectáreas. Sem contar aos grupos chamados nom contactados, que por decisom própria e logo do genocídio cauchero (finais do S.XIX), vivem afastados de todo contacto occidental.

Ademais, conta com áreas naturais protegidas polas leis nacionais e internacionais, tomando em cuenta que som umha garantia para o frágil equilíbrio ecológico da terra.

O desenvolvimento sustentável, conceito usado polos governos decentes para umha responsável e racional exploraçom de recursos, brilha pola sua ausência.

Lamentavelmente, con um errado conceito de progresso, existem superposiçons flagrantes entre os territórios das comunidades, as áreas naturais intangíveis e os lotes de hidrocarburos, concesons mineiras, florestas de produçom permanente e concesons forestais.

Estas superposiçons atentam:

- Contra a Declaraçom da ONU sobre os direitos dos povos indígenas, em quase todos os seus artículos. Mais información,

- Contra o convénio 169 da OIT , que exige uméa consulta prévia às comunidades amazónicas. Prévia a qualquer plano de lotizaçom. As leis internacionais superam às nacionais em qualquier república que se précie de democrática.

- as leis peruanas, que indicam a intangibilidade do território das comunidades amazónicas. Porém o estado, dono dos recursos do subsolo, pretende fazer valer os seus intereses, apagando os dereitos dos seus próprios cidadaos.

- a lei de povos indígenas em isolamento que garantiza a protecçom dos seus territórios . No entanto, tem sido alterado no seu artículo 5, para favorecer a exploraçom de recursos, vulnerar a sua protecçom e condená-los à extinçom.

O Estado peruano, numha atitude delirante, em vez de corregir os seus errores, promulgou diversas leis, com a excussa de ajeitar-se legalmente à execuçom do TCL com os EUA, todas elas vejatórias para as normas legais nacionais e internacionais arriba mencionadas.

Quiçais este mapa, com a selva lotizada para exploraçom de Hidrocarburos, feita violando a lei , ignorando às comunidades amazónicas e mutilando as reservas naturais, poda explicar esse eufemismo usado até o aborrecemento polo criminal Alan García, para justificar o seu insano proceder: "la selva es de todos los peruanos". Na verdade, querem que a floresta seja destas empresas:

Petrobras, Barret, Burlington, Pluspetrol, Ramshorn, Oxy, Nocol, Repsol, Hess, Loon, Sapet, Hunt Oil, Pan Andean y True energy.



Ante esta situaçom, e num feito histórico, as comunidades amazónicas deixárom de lado as suas diferenças ancestrais e unírom-se, numha frente que tivo aos Apus Pizango e Manuin como os seus principais líderes, exigindo de diversas formas a derogatória dessas leis e o respeito aos seus dereitos.

Ante a desídia do governo, nos últimos meses vírom-se obrigados a radicalizar as suas medidas, tomando estradas, mas sempre dispostos ao diálogo.

O 5 de Junho, Pizango encontrava-se em Lima, dialogando. Manuin ficara em Bagua.

O governo respondeu com balas, francotiradores e matança: hoje Pizango encontra-se exilado e Manuin agonizante, caído por 8 balas.

Os mortos, por sua parte, dos amazónicos, segundo cifras cuatelosas, sumam mais de 50, outros falam de centenares. O estado falava, até fai pouco, de só TRÊS.

Bagua tem sido declarada em estado de sítio, e apenas se permitiu o acesso da imprensa horas despois da massacre. Porém as images falam, os deudos reclamam aos seus finados, desaparecidos, queimados, botados a rio, como nos oitentas, quando Alan García era tamém presidente.
Enquanto em Lima, a imprensa só dá conta de 30 polécas mortos, alguns com feridas de bala, no meio da massacre e o assobalhamento. Moitos fôrom como carne de canom, abandonados por um governo assassino. Sospeitosamente, nom deixárom aos deudos revisar os cadáveres. En efeito, as poucas images que sobrevivírom à censura, mostram a francotiradores das forças armadas baleando nos teitos, mas nom mostram a nengum amazónico disparando.

A imprensa convencional informa que a Defensora do Puevo acudiu a Bagua, perante umha denúncia do achádego de fosas comuns, e nom atopou rem, regressou ipso facto. Esse proceder, com desconhecimento total de todo método e técnica para actuar em caso de denúncias de desapariçons, só fai corroborar o falaz circo montado polo governo e os seus cúmplices.


TODA MUERTE DEBE DOLER EN EL ALMA,
PERO DUELE MAS
CUANDO EL QUE ORDENO DISPARAR,
SIGUE EN EL PODER

Em Lima, a imprensa alineada com o governo e os grupos de poder teima em negar o evidente, em culpar aos que fôron sempre ignorados e acribilhados, em difundir delirantes teorias de conspiraçom internacional, com os novos "cucos" de moda. Em alguns casos, os jornalistas convertêrom-se em panfleteiros de pasquim neonazi. Outros preferem o sentir da auga tíbia, mantenhem-se imparciais, como a classe meia na Weimar de 1930.

Porém, mui a pesar deles, os grémios profissionais, o estudantado, os sindicatos, os grupos ambientalistas, os colectivos de dereitos humanos, e os homes comuns, sem importar raça, credo, idioma, classe social e posiçom política, estám reaccionando, em todo o Perú.

O 11 será a primeira marcha colectiva massiva. Nom existe medo, nom é a primeira vez que o povo peruano sai: marchou contra Morales Bermúdez, contra o mesmo Alan García, contra Sendero Luminoso, contra Fujimori e Montesinos.

O peruano é um home de paz, e estas marchas serám em nombre da paz: é a única saída ética e moral que nos resta, os que estamos aqui e que temos o previlégio de aceder a tecnologias de comunicaçom,devemos de lembrar que somos de carne e osso, que temos tamém voz, alma e berro, que nom podemos ficar sentados como se nom passara nada, como di a trova de Milanés.

Alan García deu voltas coma umha vuxaina e quere agora, emendar o seu erro, mas apenas som medidas de maquilhage, sem nengum sentimento verdadeiro de culpa, nem de emenda.

A vida vale menos que o petróleo? Para o Alan García, si.

As minhas infinitas GRAÇAS aos irmaos de outros países que figérom correr a nova de esta tragédia. Pedo-lhes por favor que insistam, que este crime nom fique impune, que colaborem para que a justiça triunfe.

Traduzido por nós desde o castelhano desde http://trovadorsinsuerte.blogspot.com/

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