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terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Dei gratia




Com motivo das Gerais do próximo nove de Março semelha que se desatou umha outra criminalizaçom dos nacionalismos periféricos por parte do bipartidismo monárquico PP-PE. Já nom nos estranha rem que cada pouco se elabore nos mass meia umha campanha em que se deixe bem claro que maus som os nacionalistas e independentistas, equiparando aos violentos coas forças políticas que desde a defesa da democracia clamam por um Estado plurilingüe, pluricultural e federal, se é que coa actual Constituiçom se pode agardar algo distinto ao modelo de estado centralista unificado no franquismo. A mensage de fundo que nos legam os mass meia é a de todos terroristas, mas co disfarce que convenha em cada momento. O incremento da repressom e a violência exercida sistematicamente polo aparelho repressor do Estado justifica-se ou apara-se na suposta insegurança cidadá, portanto, compre inçá-la e mesmo se fai falha meter no cárcere a crianças de apenas doze anos, tal e como propom Mariano Rajoy... qual é, pois, a democracia que desejamos?

A Constituiçom espanhola do 78 é um dos exemplos mais claros de pervivência soterrada de múltiplas consignas herdadas do regime fascista do general Franco. Para empeçar, a figura do chefe de Estado é inviolável e vem dada pola sangue azul, umha outra maneira de dizer, como nos velhos tempos, por la gracia de Dios, como recolhem os artigos 56 e 57:

« A pessoa do Rei é inviolável e nom está sujeita a responsabilidade. (...) Dos actos do Rei serám responsáveis as pessoas que os referendem [ou seja, o governo]».

Esta primazia do nosso simpático e moito abastado monarca complementa-se coa discriminaçom que sofrem as mulheres da casa de Borbom, já que herda o home e nunca a mulher. Porém isto nom é o mais grave. Segundo o artigo 1 da Constituiçom, tam sacralizada desde Madrid, a monarquia parlamentar é garantida polo exército, portanto, qualquer pronunciamento do povo que o questione será ipso facto reprimido polas Forças Armadas (artigo 8), das que o rei é o mando absoluto (artigo 62). A cousa pinta bem para perpetuar-se.

No entanto, tanta diligência pola unidade da pátria deixou coas nádegas ao ar ao Estado espanhol perante as ingerências externas, de ai que o capital estrangeiro poda, sem nengum problema, fazer-se co controlo de sectores estratégicos como a energia. Assí, a independência de Espanha face outros centros de poder nom se legislou e, já que logo, supomos que cos alçamentos estilo dous de maio (ou melhor 17 de Julho) já se garante, mas si se acentuou as defesas perante a anti-espanha, nom pode haver nem igualdade, nem liberdade de expressom plena, nem república, nem moito menos permitir o direito da autodeterminaçom dos povos como Kósova. Esta é, donas e cavaleiros, a sacra Constituiçom de todos, a Biblia do Estado espanhol, infalível e intangível. Dixi.

1 comentário:

Anónimo disse...

Paréceme moi triste que Moratinos falase tan barato, se houbera que agaradar polo mutuo acordo non existiría o Direito de autodeterminación, nin sería posible que Serbia accedese algún día a recoñecer o novo estado. Non será que a Moratinos Cosovo lle lembra a outras latitudes máis próximas?