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segunda-feira, 14 de junho de 2010

Na memória dos caídos pola democracia, a dignidade e a liberdade


A. Sarceda, cidadao da II República de Lugo, finou no forte de Santo Cristovo que domina a cidade de Irunha (Pamplona) em Nafarroa e foi soterrado junto a outros 131 presos republicanos. Os restos agora identificados enterrárom-se acarom dumha garrafa em que se incluiam os seus dados por decisom do crego José María Pascual.

A fortaleza de Santa Cristovo construiu-se no século XIX no contexto das guerras carlistas, precedente longínquo da Guerra Civil espanhola (1936 - 1939) e desde 1934, quando governava na II República o governo das direitas que protagonizou o biénio preto, operou como cárcere para os presos procedentes da revoluçom de Asturies. Em 1936 os presos vírom-se beneficiados pola anistia da Frente Popular, mas com a guerra o penal aginha contou nuns meses com 2.000 presos muitos dos quais eram "postos em liberdade" para a continuaçom serem abatidos no monte.

Chegárom a acumular-se 4.900 presos e a partir de 1942 passou a atuar como hospital penitenciário e em 1945 fechou-se, morrendo 1 de cada 5 presos até um total de 750 vítimas. Os calaboços eram subterrános e os presos durmiam sobre a auga e cheios de piolhos. A tubercolose e a desnutrçom aforrorrárom-lhe balas ao régime que no extremo do paroxismo depositou umha praca em Sam Cristovo assinada polo porco-marro que em 1975 morria de tromboflebite:

"Si se visitasen los establecimientos penales de los distintos países y se comparasen sus sistemas y los nuestros, puedo aseguraros sin temor a equivocarme que no se encontraría régimen tan justo, católico y humano como el establecido desde nuesto movimiento".

Agora que fôrom recuperados os restos e se procede a sua identificaçom o arzobispado de Irunha facilitou os dados a um jornal conservador retendo-os durante 60 anos sem avisar às famílias numha outro gesto de "piedade" católica, apostólica e romana.

O forte de Santo Cristovo era até agora conhecido como polo cementerio de las botellas, mas pola tentativa de fugida espetacular que protagonizárom os presos (albaneis, camponeses, marinheiros, etc.). O 22 de Maio de 1938 795 presos organizárom umha fugida e em meia hora tomárom o forte, com o objetivo de chegar até a fronteira, mas infelizmente apesas dous conseguírom o seu alvo. 207 caírom no monte sob as balas repressoras, 14 cabezilhas fôrom fusilados e o resto atrapados até morrerem muitos lentamente pola açom da tuberculose e outras enfermidades. O falangista delator e outros 30 presos que colaborárom vírom reduzidas as suas penas.

Entre os mortos desta fugida topavam-se 14 de A Crunha, 5 de Ourense e em Lugo outros 4. Em 1988 levantou-se, com motivo do 50 aniversário, um monumento no monte Ezkaba aos 207 mortos. Aginha cobriu a maleça e o esquecemento e que, para maior escárnio da sociedade "democratiquíssima" do Reino de Espanha foi atacado polos herdeiros do fascismo até em três ocasions, a última em 2009. Por certo, o Partido Popular (o PPN criou-se em 2008 após a cisom entre a UPyN e o PP em Nafarroa) nom condenou este ataque, talvez umha razom mais para que o célebre grupo local Barricada lhes dedicara umha música: "22 de Maio". O mesmo cam com distinto colar e adato às circunstáncias até que seja necessário regressar à barbárie para manter o poder.



Para todos eles a nossa memória, o nosso reconhecimento e o nosso compromisso de continuar com a luita polas suas arelas libertárias. Para nós o seu exemplo de dignidade, luita e compromisso com a democracia, o povo e a liberdade.




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