Pesquisar neste blogue

domingo, 16 de novembro de 2008

Contruir alternativas desde a Galiza . Para que Chantada siga sendo cabeça comarcal

O vindouro sábado apresentará-se o FSGal em Chantada, no local sindical às 19 horas.







Um outro mundo ainda é possível



Nom conhecia os recunchos obscuros onde se acochavam os seus sonhos infantis, quiçais porque nunca o deixaram ser criança. Pendurar a caneta do céu para escoitar as estrelas que de longe choutam no aro de Saturno mentres se mofam petulantes do lixo espacial coa parcimónia dos imortais. Correr pola imensidade de eidos e povos que só existiam na sua fábrica de evasom. Amar em sonhos o que na Terra nom se suspeita e voar coas palavras e as images à música sinfónica dum quero-te figurado. As estrelas botam-lhe o seu cobertor aos boémios que durmidinhos sonham cum manhá melhor que nunca dá chegado. A pantasma que nos persegue e nunca vemos, no sonho alouminha-nos os beiços cos dedos barrados de chocolate, de açúcar vital, de alborada. Os sonhos som de covarde por enquanto nom os tornam valentes. Porque hai que sair dum sonho a outro, até sonhar que nunca sonhamos porque todo o que nos rodeia nem tam sequer chegara a ser sonhado.



[texto tirado de http://www.fotolog.com/guilhade]


Para que Chantada siga sendo cabeça comarcal

Galiza Nova de Chantada
apresentou as alegaçons pertinentes às directrizes de ordenaçom do território da conselharia de Política territorial, obras públicas e transportes coa esperança de que o sentir do arredismo chantadino seja tido em conta e nom se cometa a enésima usurpaçom dos direitos legítimos das gentes e do povo de Chantada por parte de administraçons que operam co mesmo depotismo ca o centralismo central, sem achegar-se às nossas realidades particulares. PSOE e PP reservam-nos um papel marginal desde Compostela enquanto o BNG terá que erguer umha voz valente e decidida, já que o que cala outorga e de momento nom vemos que vaiam defender umha postura coerente e decidida a apoiar a igualdade entre todos @s galeg@s, vivam na costa ou no interior, na urbe ou no rural.

Reproduzimos a continuaçom o texto apresentado:


Alegaçons às directrizes de ordenaçom do território

Galiza Nova Chantada como colectivo e Antom Fente Parada, como representante da mesma, desejam dirigir-se a vocês para apresentar as pertinentes consideraçons ao anteprojecto das directrizes de ordenaçom do território.

Em primeiro lugar, estimamos que o projecto está perfeitamente desenhado e baseado em estudos e observaçons acertadas para o eixo-Atlántico, mas fana-se em quanto se chega aos territórios do interior, sendo especialmente preocupante a sorte que se lhe reserva à comarca de Chantada, conformada polos concelhos de Taboada, Chantada e Carvalhedo. As directrizes achegam uns supostos laços de relaçom entre Monforte de Lemos e Chantada que nunca existírom, é mais de houver umha relaçom seria com Ourense ou, em todo caso, com Rodeiro (mas tampouco coa totalidade das Terras do Deça). Assí pois, Chantada existiu e existe coma cabeceira de comarca e partido judicial da zona Minho-Ulhoa (Porto Marim, Palas de Rei, Antas de Ulha, Monterroso, Taboada, Carvalhedo e Chantada). Aliás, as relaçons económicas da zona sempre se baseárom no interior destes territórios, junto a Ourense e Rodeiro, através da feira de gando e como froito da orografia do território que assí o exigiu historicamente, ora polo rio Minho, ora polo monte Faro.

Portanto, devemos achacar ao desconhecimento o atropelo que agora se quere cometer com esta terra e estas gentes dividindo o sul de Lugo dumha maneira pouco justificável, com esquadra e cartabom. Galiza Nova Chantada nom pode tolerar a prescriçom de Chantada a subcabeceira de comarca, reclamando a categoria que lhe é merecente historicamente e que ainda hoje mantém, a de cabeceira de comarca, constituindo-se no núcleo urbano da zona Minho-Ulhoa que engloba a 27000 habitantes, o qual sintoniza co exposto na página 37 das directrizes, pois «um dos critérios básicos de qualquer crescimento que busque a sustentavilidade é apoiar-se sobre os núcleos existentes».

Amais, estas relaçons, já de por si complexas, fundas e que se perdem na noite dos tempos vam-se inçar pola auto-estrada Lugo-Ourense, ficando as relaçons com Lemos reduzidas simplesmente ao hospital. Aqui nom se pom em dúvida o estabelecimento de Monforte como núcleo do que vocês denominam «sistema urbano intermédio», mas achamos que é igualmente racional reservar-lhe a categoria de cabeceira de comarca a Chantada, com mais habitantes que Cela Nova, cabeceira no projecto, ou do que Monterroso, nodo no mesmo.

Chantada actua já como núcleo urbano da sua comarca, cumha feira de gando que acolhe a produçom gandeira de Lugo e a vitivinícola da Ribeira Sacra, umha das principais da comarca, e cumha cooperativa, ICOS, das principais da Galiza. Portanto, o que cumpre é dinamizar o espaço urbano existente e que ainda nom se topa o suficientemente explorado na actualidade, mas com possibilidade moi superiores a outros núcleos de populaçom para ser cabeceira de comarca. Aliás, de nom ser assí, estaria-se condenando à vila e aos investimentos da zona convertendo-nos numha sorte de “terceira Galiza” dentro da já desfavorecida Galiza do interior e afundando no despovoamento do rural que este plano tenta racionalizar e evitar na medida do possível.

Lembremos aliás, que a condiçom de Chantada é de periferia dentro da periferia que já é a Galiza e, por conseguinte, toda ordenaçom territorial deve encaminhar-se ao mantemento e gestom das áreas forestais, à promoçom da agricultura e no entorno da Ribeira Sacra a um turismo sustentável e respeituoso com a entorna natural. Do contrário o panorama para o futuro chantadino e preto e circunscreve-se a ser um ermo sem mocidade nem perspectivas laborais nem económicas de nengum tipo.

O actual projecto, quiçais como conseqüência dumha acelerada necessidade de apresentá-lo pola proximidade das eleiçons, nom vai além dum maiúsculo erro que deixará a vinte e sete mil pessoas sem a sua cabeceira natural e histórica e que tenta impor laços artificiais coa comarca de Lemos que jamais existírom realmente o que condicionará de certo o nosso futuro e advertimos, já que logo, que a desfeita cometida será infelizmente histórica e de terríveis conseqüências, polo que apelamos ao sentido comum para que se emende este ingente erro.

Consideraçons particulares ao plano

Ponto b-8

No tocante ao que se di dos núcleos interiores vencelhados ao património natural é evidente que Chantada tem, em nossa opiniom, um carácter tradicional de seu ancorada numha «contorna d grande valor natural e paisagístico» e com vocaçom de converter-se em centro vertebrados das potencialidades turísticas que acolhe no seu seio a Ribeira Sacra e, já que logo, «com potencialidade de desenvolvimento» (página 154).

Daquela, Chantada tem todo o direito a ser um núcleo interior vencelhado ao património natural, como cabeceira de comarca actual, e como parage de intensas possibilidades de promoçom turística e extensas superfícies verdes. Na comarca de Chantada a actividade agro-gandeira e vitivinícola seguem a ser o motor da economia da zona e, portanto, é vital, polos benefícios sociais que se desprendem dumha correcta gestom do território outorgar-lhe a sua merecida posiçom à nossa vila. Por outra banda, na Ribeira Sacra[1] segue praticando-se o cultivo em socalcos e o Faro[2] está incluído na Rede Natura e a mesma UE é daquela quem respalda o valor natural de Chantada, precisamente nos dous acidentes geográficos que determinam a existência da própria comarca e que som, daquela, duas zonas que deveriam considerar-se evidentes «corredores verdes» como se di no projecto:

«Os núcleos interiores vencelhados ao Património Natural que se sugerem neste documento identificárom-se atendendo a critérios como a existência dum património urbano que dota de identidade e atractivo aos núcleo, a sua posiçom estratégica em relaçom coas áreas Estratégicas de Conservaçom e os Corredores Verdes, a existência dumha certa dimensom urbana e a sua localizaçom em áreas cum forte declive demográfico».

Porém, hai dous factores a maiores que se dam em Chantada, ora pola sua evidente dimensom urbana que acolheu certo êxodo rural inclusive, fenómeno habitual na urbanizaçom que de seu na Galiza do século passado; ora pola existência dum declive demográfico que este projecto, de nom emendar-se só fará acelerar e empobrecer o binómio sócio-económico da comarca e dinamitar o seu meio rural e com el a sua populaçom e o seu meio natural. Galiza Nova Chantada acha que isto é inadmissível e aguardamos que seja umha conseqüência do desconhecimento e nom dumha vontade de ferir de morte a Chantada por interesses políticos localistas que em nada se ajustam à realidade.

Ponto c15

Acolhemos com ledícia o exposto nas páginas 232 e 234 das directrizes, que para nom maçar nom imos reiterar aqui, e consideramos que nom devem ficar só nos papéis, mas materializar-se e, concretamente, que seja o pulo necessário para acometer a urgente recuperaçom da serra do Faro, submetida a numerosos atropelos que batem coas sua consideraçom de Rede Natura e, concretamente, o lixo acumulado nas suas costas, a pouca limpeza do monte cos conseguintes incêndios, a deforestaçom, a desapariçom paulatina da fauna e da flora autóctones e, sobre todo, o impacto ambiental do parque eólico ali instalado pola alegria coa que a anterior administraçom nacional repartia as licenças para a instalaçom dos mesmos.

Conclusons

Por todo o exposto, Galiza Nova Chantada e eu, Antom Fente Parada, com boleto de identificaçom 33546652-W, como representante da mesma, em condiçom de responsável local da organizaçom e morada em Outeiro, 4, Santa Cruz de Viana; C.P. 2519, Chantada solicitamos à conselharia de Política Territorial, Obras Públicas e transportes o seguinte:

a.- Que Chantada seja considerada como cabeceira de comarca, pois assí o foi desde sempre e assí o deve seguir sendo, polas suas potencialidades urbanas, económicas, paisagísticas e turísticas.

b.- Que a paróquia se contemple no projecto como o ente de organizaçom populacional rural básico, assi como a descentralizaçom paulatina das depuitaçons deve ir encaminhando-nos para um modelo de financiaçom local novidoso, acorde com as necessidades reais dos concelhos estruturados em comarcas e com a centralizaçom de serviços comarcais.

c.- Inserçom da contorna do Faro e da Ribeira Sacra nos programas de recuperaçom paisagística, recebendo um novo pulo a conseqüência deste plano e que se recolha a sua situaçom actual e as perspectivas de acçons sobre estes territórios.

d.- Que Chantada seja declarada núcleo interior vencelhado ao património natural.

e.- Que a serra do Faro seja considerada um fito paisagístico.

f.- Que a conselharia de Política territorial, obras públicas e transportes explique publicamente a inclusom de Chantada como cabeceira subcomarcal no anteprojecto das directrizes de ordenaçom do território.

Finalmente, aguardamos que a conselharia tenha a deferência de contestar à nossa alegaçom coa maior brevidade possível e que tenha a vem considera o arriba exposto. Recebam um fraternal saúdo.

Chantada, 10 de Novembro de 2008.




[1] A Conselharia de Médio Ambiente estuda actualmente a declaraçom da mesma como Paisage protegida, polo entorno em si e polos numerosos monumentos que acolhe no seu interior (mosteiros, igrejas, assentamentos castrexos...) e pola sua riqueza cultural e de lazer (entroido ribeirao, carroças tradicionais das festas de Chantada, feira do vinho...).

[2] O ponto c13 das mesmas directrizes apontam a importáncia destes acidentes geográficos elevados, considerados fitos paisagísticos, porque incidem na «percepçom do território», sendo visíveis «desde amplas extensons da sua contorna»