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terça-feira, 15 de dezembro de 2009

A selecçom nacional direito popular!!!


Beiras qualifica de "fito" as consultas catalás


O presidente da Fundaçom Galiza Sempre foi um dos quase 40 observadores que seguírom in situ um processo "exemplar" e "referente para Europa"

Tirado e adaptado do jornal Galicia Hoxe a 15-12-09.

Beiras, durante a súa estancia en Cataluña, esta fin de semana FOTO: G.H.

O presidente da Fundaçom Galiza Sempre, catedrático emérito de economia, membro do Encontro Irmandinho e do Conselho Nacional do BNG, José Manuel Beiras Torrado foi um dos quase quarenta observadores internacionais que se desprazárom a passada fim-de-semana até Catalunya para seguir em primeira linha as consultas soberanistas celebradas em 166 concelhos e que acabárom com umha participaçom do 27,46% da populaçom que podia votar e com um 94,89% de sufrágios a favor do si à independência.

Convidado pola Coordinadora pola Consulta sobre a Independência e polo Ciemen (Centro Internacional Escarrié para as Minorias Étnicas e as Naçons), Beiras compartilhou o sábado e o domingo com compañeiros de muitos outros países, entre eles, do Partido Nacional escocês, do Parlamento do sul de Tirol, da Nova Aliança Flamenga, do partido quebequês ou da executiva do Sinn Fein.

O nacionalista galego viveu as consultas na comarca do Penedês, nos concelhos de Vilanova i la Geltrú, L'Arboç e Vilafranca del Penedês, onde pudo visitar alguns "colégios eleitorais" -situados em locais de associaçons culturais, desportivas, em garages, incluso em hotéis, etc.- e comprovar que "a organizaçom foi incrível, perfeita", e o processo, todo "um referente para Europa". O antigo pora-voz nacional do BNG assinalou como eram "centos" os integrantes do voluntariado que trabalhárom e como todo estava controlado, para centralizar os dados e impedir irregularidades. "Non houvo nengum tipo de incidente e todo foi dumha limpeça extraordinária", salienta o frontista, quem engade que, mália o que dim alguns meios, "a porcentage de participaçom foi bastante superior às expectativas", tendo e conta que non houvo propaganda pública e que nom se fixo campanha polo si.

Beiras pom a destaque que esta foi "umha iniciativa tomada pola cidadania activa, no tramado da sociedade civil, sem nengum apoio institucional, sem propaganda de partidos". "Foi um processo exemplar que marca um fito porque nunca se permitiu que a cidadania formulasse umha questom assi e parece-me que marca um ponto de inflexom na dinámica política", engade. Em efeito, está previsto que o processo continue e que a finais de Fevereiro se faga a consulta noutros concelhos e, já em Abril, leva-la a cabo nas grandes cidades e nas capitais de província catalás.

O DADO

Voto de maiores e emigrantes

A Beiras chamou-lhe especialmente a atençom ver como nas consultas votou "muitíssima gente maior, de 50 ou 60 anos para arriba", que estivera mui activa no tempo do franquismo e nas mobilizaçons democráticas dos 70 e que agora recuperam a voz. Tamém destaca que se lhes deu direito a voto aos inmigrantes que trabalham alí e que nom podem fazê-lo nas eleiçons ordinárias. Os rapazes de 16 e 17 anos tamém pudérom emitir o seu sufrágio.

A CERNA

"Algo assi aqui, agora mesmo, seria mui arriscado"

Ao perguntar-lhe por se na Galiza se poderia implementar um processo semelhante, Beiras considera que "na Galiza de hai dez anos poderia, porque havia um processo de constante expansom da consciência identitária, de adesom ao princípio do direito colectivo do povo galego à autodeterminaçom, mas com a involuçom que se produziu nestes anos e com a situaçom que hai neste momento, de desmobilizaçom e frustraçom, algo assi seria mui arriscado".

Considera que "as experiências dos povos nom som exportáveis de maneira mecánica", e, neste sentido, explica que "a sociedade catalá tem umha cultura e umha consciência de identidade mui pacífica, mas mui rotunda que nom se dá na Galiza". Fai fincapé em que as forças políticas em Catalunya nom combatem o feito identitário -"só no caso do PP e por isso é residual ali", defende-, e essa nom é a situaçom da nossa comunidade. Demais, considera que aqui o comportamento dos grupos mediáticos é muito mais hostil ainda.

Beiras explica como moita xente lle dicía esta fin de semana que non era independentista, pero ante o feito de que o Estado "tome os cataláns de cachondeo, mexen por eles e lles digan que chove", optan por votar pola independencia "porque non lles queda outra". "Este fenómeno non se dá da mesma maneira en Galiza", conclúe.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Política social, política de esquerdas


Ajudas ao transporte para o estudantado de Chantada

Esta é umha velha vindicaçom de Galiza Nova em Chantada que, felizmente, vai botar a andar como recentemente anunciou o Tenente de alcaide, Ildefonso Pinheiro, na cadena local Tele Vinte. Aguardamos que seja um primeiro passo e que quando a situaçom orçamentar o permita se inzem as quantias:

A continuaço reproduzimos parte do acordo da cámara municipal ao respeito para que os interessados podam solicitar as ajudas:

A cámara municipal de Chantada, por acordo da Junta de Governo Local do i6/11/2009 aprovou as seguintes bases para a convocatória pública de subvençons para ajuda ao transporte para o estudantado:

“BASES DA CONVOCATÓRIA DE SUBVENÇONS PARA AJUDA AO TRANSPORTE A ESTUDANTES.

1.- OBJECTO. A Cámara municipal de Chantada quere convocar umha linha de ajudas ao transporte, destinada a aquelas vizinhas e vizinhos que cursan, fora do termo municipal e em centros de ensinança sustentados com fundos públicos, algum dos seguintes estudos:

- CICLO MEIO DE FORMAÇOM PROFESSIONAL - CICLO SUPERIOR DE FORMAÇOM PROFESSIONAL

- Estudos universitários ou de regime especial. - Outros estudos nom impartidos em centros oficiais do termo municipal.

En conseqüência, quedam fora da linha de ajudas os estudios de Educaçom Infantil, Primria, Secundária Obrigatória e Bachalerato, por existir na actualidade centros públicos dentro do termo municipal que impartem os devanditos cursos.

2.- FINALIDADE. A finalidade desta convocatória é sufragar parcialmente o custe de traslado do estudantado que cursem algum dos estudos assinalados na anterior base.

3.- ORÇAMENTO. A Cámara municipal de Chantada dispom das seguintes quontias orçamentares para destinar a esta convocatória:

Partida.- 313.481.00: 12.000 €. Importe das achegas. A conceder: as achegas a conceder, como máximo, ascenderám a um importe único de 150,00 € por beneficiário e curso escolar

4.- DESTINATÁRIOS. Poderám optar a estas subvençom as pessoas censadas na Cámara municipal de Chantada que cursem fora do termo municipal algum dos estudos indicados na base primeira durante os cursos 2009/2010.

Non poderám optar a estas subvençons as pessoas e entidades às que se refirem os artigos 13.2 e 13.3 da Lei 38/2003 de 17 de Novembro, Geral de Subvençons.

As solicitantes nom poderám ter pendente de justificaçom nengumha ajuda anterior da Cámara municipal, a nom ser que lhes fora concedida umha prórroga.

5.- LUGAR E PRAZO DE APRESENTAÇOM DE SOLICITUDES.

5.1.- Lugar de apresentaçom. As solicitudes deverám apresentar-se no registo geral da Cámara Municipal, ou...




Jantar na Casa


A Cámara Municipal de Chantada já tem aberto o prazo de inscripçom no programa Xantar na Casa, um novo serviço pensado para pessoas maiores de 60 anos que tenham algum grao de dependência. Os beneficiários receberám nas suas moradas comidas supervisadas por expertos em nutriçom, que terám em conta as suas necessidades persoais.
O tenente de alcaide, Ildelfonso Pinheiro, explicou que este programa está pensado para proporcionar aos beneficiários «umha alimentaçom de qualidade e nutritiva», mas nom só, já que tamém é um objectivo prioritário «evitar situaçons de risco que se podam produzir no processo de elaboraçom da comida, facilitar um respiro às famílias e coidadores e contribui para a conciliaçom da vida laboral e familiar das mulheres», que som as que, infelizmente, seguem suportando as maiores cargas de trabalho no fogar.
Para acolher-se a este programa é mester contar com mais de 60 anos, estar empadroado em Chantada e viver neste concelho, e ter algumha limitaçom na sua autonomia persoal e carecer de apoio familiar ou estar em situaçom de exclussom social. No tocante ao custo do serviço, será de dous euros por pessoa e dia, assumindo o restante custo do serviço o Concelho de Chantada e o Consórcio de Serviços de Bem-estar, em menor medida ao recortar as ajudas que se concediam para Chantada desde o anterior Governo da Junta da Galiza.

A nossa língua, a nossa naçom: autodetermiNAÇOM!



O próximo seis de Dezembro é feriado no Estado espanhol que celebra a Constituiçom espanhola parida nas postrimerias do franquismo e aprovada na dicotomia 'isto ou ditadura'. O arredismo galego só pode voltar afirmar-se nos seus princípios históricos: nem Espanha nem Constituiçom, autodetermiNAÇOM.

Nos próximos dias repartirá-se o material conrrespondente a esta campanha.

Na Galiza em galego! Enlace para um documental sobre a política lingüística de Burela das melhores desenvolvidas na Galiza:

http://www.culturagalega.org/noticia.php?id=14133&soportal=avg
Negrito
Tamém se celebrará na quinta-feira, 10 de Dezembro, na Sala Magna da faculdade de Medicina, um grupo de discusom e debate com o galho da celebraçom do centéssimo aniversário da licenciatura de Castelao. O tema central do debate será a participaçom sócio-política e resposta do nacionalismo juvenil.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Já hai data: a Rolda de Rebeldia será o 30 de Janeiro de 2010


Sample image

A celebraçom da primeira jornada deste processo de reflexom e de diálogo para a intercomunicaçom entre a esquerda social e política galegas já tem data concreta. Por mor da nova data e a diversidade de pessoas e colectivos a contactar por parte da Comissom o prazo de inscriçom será até o 15 de Janeiro.

Os contactos entre a Comisom da RdR e os diferentes corpos individuais e colectivos da esquerda continuam a bom ritmo e estenderám-se, com diferentes formatos, até a celebraçons desta o 30 de Janeiro. Por mor da enorme diversidade de pessoas e colectivos a contactar por parte da Comisom, e com a intençom de que ninguém se sinta excluído deste processo de diálogo, o prazo de inscriçom para participar permanecerá aberto deica o 15 de Janeiro de 2010.

A Rolda de Rebeldia procura criar un espaço de comunicaçom entre as organizaçons políticas, sindicais, sociais e de base, assi como os cidadaos e cidadás conscientes, que actuam na Galiza para umha comum reflexom da realidade sociopolítica do nosso povo. Está aberto um processo de diálogo, meramente organizativo, para chegar ao 30 de Janeiro, polo que a Comisom vem de criar un espaço web no que cadaquén pode achegar as súas opinions, contactar com a organizaçom, inscrever-se para o 30 de Janeiro, etc.

PARA INSCREVERSE NA RdR:
http://www.roldaderebeldia.org/index.php/component/jforms/1/90.html

PARA ENVIAR ACHEGAS:
http://www.roldaderebeldia.org/index.php/component/jforms/2/91.html

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

O truismo imperialista ou a dupla moral do Ocidente

Circula por Ocidente a absurda ideia de que a nossa política exterior se rege por um impulso humanitário e que as reacçons "terroristas" e antiocidentais som apenas cousas de fanáticos, sem considerarmos que quiçais sejamos o alvo da sua ira. Fai uns dias tivo lugar umha interesante palestra do Carlos Taibo sobre o conflito na Tchetchênia, no Centro Social A Gentalha do Pichel de Compostela, e nesta breve reflexom encaminharemo-nos por umha análise da política exterior dessa instituiçom servil do Imperialismo chamada OTAN, NATO nas suas siglas inglesas. Para isso basearemo-nos basicamente no capítulo 8 do livro de Noam Chomsky intitulado Hegemony or survival de 2003.

Parece claro que hodierno ninguém comemora o sucesso de Nikita Krushchev por ter posicionado mísseis nucleares em Cuba, nem condena os arautos do meto que alertaram para a ameaça que isso representava. Tamém ninguém aplaude o líder de Coréia do Norte por desenvolver armas nucleares e fornecer tecnologia ao Paquistám para a fabricaçom de mísseis, assi como nom denigrimos os que alertam para as possíveis conseqüênicas apenas porque elas nom se concretizam. Um apologista da violência de Estado que adotasse tais posiçons seria considerado um mostro imoral ou um lunático. Todo isto semelha óbvio até que os mesmos critérios devem ser aplicados a política exterior do Ocidente, aí como dizia o célebre anúncio de R "cambia-che o conto". Quando somos nós os apologistas da violência de Estado a postura do monstro imoral troca em altamente honrada e a adopçom dos truísmos e condenada com indignaçom e repulsa.

Em primeiro lugar assistimos a escala planetária ao que se tem denominado "Guerra ao terrorismo", nom sendo esta mais do que umha continuaçom daquela outra que iniciara no seu dia Ronald Reagan apoiando aos contras em Nicarágua e denominada por Bush II como War on terror. Vaia por diante que o termo terrorismo é extremadamente difícil de definir. Se nos restringimos as versons oficiais do Império o terrorismo é o "uso calculado de violência ou ameaça de violência para alcançar metas de natureza política, religiosa ou ideológica por meio de intimidaçom, coaçom ou instalaçom do medo", mas entom as invasons do Iraque e do Afeganistám nom som actos de terrorismo? A dupla moral é clara.

Na verdade as definiçons oficias de terrorismo venhem a coincidir com as de contraterrorismo que oferecem as mesmas fontes, camuflando por vezes o termo baixo o sintagma "conflito de baixa intensidade" ou simplesmente como "contra-insurgência": fôrom os atentados do 11-S ou do 11-M por acaso um conflito de baixa intensidade? No entanto, sob a etiqueta contraterrorismo acocha-se a OTAN e os EUA para cometer qualquer acto de barbárie em nome da liberdade, da democria e dos Direitos Humanos, palavras que em sua boca cheiram a xofre. Como indicou Ahmed Rashid "hai um crescente ressentimento, devido ao facto do apoio americano estar permitindo que o regime militar [de Musharraf] retarde o cumprimento da promessa de democracia" no Paquistám e na mesma linha vai o egípcio El Lozy: "todo e qualquer governo antidemocrático no mundo árabe-islámico [é apoiado polos EUA] (...) Quando ouvimos as autoridades americanas falarem de liberdade, democracia e valores desse tipo, nas suas bocas essas palavras soam obscenas".

Na War on terror semelha que o terrorismo é enxergado apenas como a arma dos fracos e o terror limita-se às acçons suas. Por contra, nos casos de contra-insurgência os militares americanos sempre olhárom admirados para a doutrina nazi e mesmo oficiais da Wehrmacht assessorárom Washintong durande décadas. Daquela, desde a perspectiva do opresor pouca diferença hai entre "terrorismo" e "resistência", ignorando o recolhido polos estatutos das Naçons Unidas, que reconhecem a legitimidade das acçons exercida a prol do "direito de autodecisom, liberdade e independência quando esses direitos lhe fôrom tirados a esses povos mediante o uso da força, principlamente povos sob regimes colonialistas e racistas e ocupaçom estrangeira". Para o primeiro caso podemos exemplificar com a Palestina, para a segunda a Tchetchênia, o Iraque ou o Afeganistám. Esta resoluçom data de 1987 e a votaçom foi de 153 a 2 com a única abstençom de Honduras, quem votou entom em contra? Husseim? os talibáns ou qualquer outro tirano terrorista? Nom votárom em contra as grandes "democracias": os Estados Unidos de América (EUA) e o estado nazi-sionista de Israel.

A guerra ao terrorismo nom passa hoje de ser umha actualizaçom da velha guerra contra o "comunismo", que serviu no Estado espanhol para derribar um governo burguês legitimamente referendado nas furnas ou para promocionar o ascenso de Hitler ao poder. Durante décadas em latino-américa apreendêrom bem quem eram os comunistas aos que combatiam as forças ianquis: os pobres e oprimidos que tinham a valentia, ou a ousadia vistos desde o Império, de erguer-se contra a doutrina Monroe, por exemplo o apoio ao golpe de estado de Augusto Pinochet em Chile. Portanto, atacar alvos fáceis é um acto terrorista ou umha causa nobre dependendo se o fai um governo Ocidental ou um talibám.

Podemos aduzir porém que nos somos culpáveis dos factos dos EUA -algo falso ao brindar-lhe e apoio e cobertura servil, mas bom-, no entanto exacerbamo-nos condenando aos "piratas" somalís que atacam aos nossos marinheiros "espanhóis". Os marinheiros espanhóis pescam em augas internacionais, augas que pertencem a todos os países do mundo em teoria, mas nos que só podem manter fortalezas flotantes uns pouvos previlegiados, ao igual que o marinheiro somalí nom pode capturar toneladas de peixe com umha barca que apenas pode alonjar-se da costa... eis o truismo ocidental assentado ainda totalmente no mais burso darwinismo social. Recentemente ouvia eu a umha jovem universitária dizer que nom era racista, que ela apenas era ordenada e que, daquela, cada um devia ficar no seu país. Isto é quase esperpéntico ouví-lo na Galiza que produziu tanta emigraçom como muitos dos estados africanos.

Recentemente, Barak Obama recebeu, nom sabemos ainda mui bem polo quê, o prémio Nobel da Paz, consolidando a tradiçom de entregar-lho a terroristas com rosto amável pois já se sabe que "no país dos cegos o torto é o rei". Quando se iniciou a guerra do Afeganistám, sob o pretexto dos atentados do 11-S (ocultando como se figera na II Grande Guerra com Pearl Harbor ou no Vietnám com o Golfo de Tonquim as verdadeiras causas de evidente cariz económico), defendeu-se que umha ampla maioria no Ocidente apoiava as acçons "truístas" dos EUA. Porém, a grande maioria da populaçom mundial estava em contra: em Grécia apoiavam os bombardeios 8%, na França 29%, em México 2%, em Venezuela 11% e em Colômbia, aliado preferente dos EUA com um governo terrorista, mesmo e irrisório 11%.

Os bombardeios justificárom-se porque os responsáveis do atentado do 11-S, com indícios claros de ter sido instigado pola CIA, foram identificados e o regime talibám fornecera-lhes ajuda. Porém, oito meses despois, em Junho de 2002, o director do FBI, Robert Mueller, nom pudo mais que aduzir umha responsabilidade indirecta do Afeganistám nom maior ca da Alemanha, onde se treinaram os pilotos, ou a dos Emiratos Árabes Unidos. A fim de contas, se a responsabilidade indirecta do Afeganistám podia apenas ser inferida em Junho de 2002 resulta evidente que nom existia nengumha certeza que justificara um ataque desproporcionado dessas dimensons oito meses antes, quando Bush II ordenou o ataque, quer dizer, que o bombardeio foi um crime de guerra, um acto de agressom em toda regra.

Nom muito diferente foi o bombardeio da OTAN sobre Sérvia, amparando-se na violaçom dos Direitos Humanos do povo albanês. Ano e meio despois, quando se lhe perguntou a Javier Solana a razom pola qual nom intervinheram na agressom da Rússia a Tchetchênia, este afirmou que "a Rússia nom podia ser tratada como Sérvia porque tinha cabeças nucleares". Noutras palavras, que a OTAN dá-lhe a razom a Fidel Castro na crise dos mísseis como resposta à invasom da Baia dos Porcos ou ao programa nuclear de Irám ou Coréia do Norte, vaites, vaites ou caráfio como mais goste o leitor.

Para além disso, no caso do Afeganistám era claro que o bombardeio punha em risco milhons de vida que poderiam nom morrer já directamente, senom que pola acçom da fame corriam sério risco de desnutriçom; eram todos talibáns? por acaso nom justifica isto os atentados do 11-S ou do 11-M onde o oprimido tampouco distingue entre civis e tiranos? Quando a Nicarágua ou Cuba sofriam os ataques terroristas, financiados e desenhados polos EUA provadamente, reagírom em "legítima defesa" jogando bombas em Washintong, Nova York ou Miami? Quem é que promocionou com a sua estrategia imperialista o terrorismo indiscrinado de Al-Qaeda? Quem treinou aos talibáns durante a invasom soviética do Afeganistám em 1986?

Outro motivo recorrente aduzido por Bush, Blair ou Aznar, e nom menos repulsivo do que o anterior, era que o governo talibám recusava entregar aos suspeitosos de cometer as atrocidades do 11-M. No entanto, os EUA negárom-se em redondo a fornecer qualquer prova para justificar umha extraditaçom. Nesse mesmo período o Haiti solicitou, mais umha vez, a extraditaçom do sanguinário Emmanuel Constant, líder das forças paramilitares responsáveis de milhares de assasinatos e apoiado polos governos de Bush I e Clinton. Porém, isso deu direito ao Haiti para deitar bombas em Washintong? Ou de seqüestrar e assassinar a Constant na sua cidade de residência, Nova York, eliminando de passo a dúzias de civis como fai Israel? Seriam denominados estes cidadaos americanos ou israelis mortos como "danos colaterais"? Tem já ilustre prosápia aquela sentência da doutrina Bush: "Se você abriga terroristas, você é um terrorista; se você ajuda e apoia terroristas, você é um terrorist e será tratado como tal". Apliquemo-nos logo o conto.

Todo isto da War on terror nom é mais que a extensom dum princípio forjado polo ultraliberalismo e que tenta fazer acreditar ao Ocidente que todos os males do mundo som culpa do "terrorismo", toda vez que o "comunismo" parece ter sido vencido ou, quando menos, silenciado momentanemente. Esta doutrina tenta legitimar umha outro princípio, na verdade o terrorismo internacional mesmo, que estabelece que os bombardeios maciços som umha resposta legítima a crimes terroristas. E entom legítimo que o Estado espanhol bombardeie maciçamente a Euskal Herria polas acçons da ETA? Bombardeou o Reino Unido a Irlanda polas acçons do IRA? Tamém Hitler baseou boa parte da sua repressom e das suas acçons imperialistas sob a escusa de combater o terrorismo, a história, infelizmente, repete-se mais umha vez.

A defesa dos Direitos Humanos, da democracia ou da liberdade som apenas imensas cortinas de fumo para silenciar as passivas consciências ocidentais. Em 1998 o presidente Clinton autorizou o bombardeio da indústria farmaceútica al-Shifa no paupérrimo e infensivo Sudám. O pretexto empregado na altura era que ali se produziam armas de destruiçom maciça - como se aduziu no Iraque, tamém falsamente-. O resultado foi que a maior fonte de medicamentos farmacológicos e veterinários do país foi exterminada e milhares de pessoas morrêrom a conseqüência disso. Como aponta Noam Chomsky:

"Um crime equivalente a umha mera fracçom dessa dimensom deixaria o alvo enfurecido, caso el fosse os Estados Unidos, Israel ou algumha outra vítima valiosa, e provocaria retaliaçons do tipo que chegamos a relutar em imaginar, que, além de todo, ainda seriam aplaudidas como um exemplo paradigmático de guerra justa. Segundo o princípio da proporcionalidade deduze-se que o Sudám tenha todo o direito de revidar com terrorismo maciço (...) muito pior do que os crimes de 11 de Setembro, que fôrom chocantes, si, mas nom gerárom tais conseqüências.

Do exposto até o de agora tiram-se duas conclusons claras com as que queremos rematar:

a) A política exterio Ocidental é de por si hipócrita, regida por umha dupla moral abominável. Muitas atrozidades que correctamente denunciamos nom som intencionais (como os denominados "danos coleterais"), ainda que isto nom tenha sido em conta quando o responsável é "o outro", o diferente, o estrangeiro.

b) A política exterior dos EUA, de Israel e da servil UE nom fai mais que avivar a possibilidade dumha escalada do terrorismo mundial, já que a depauperaçom dos países árabes e africanos só fai ir em aumento cada dia. Enquanto os EUA e os seus sócios apoiam a ditaduras e governos corruptos por todo o globo, o ódio a Ocidente só fai inçar-se e as posiçons do islamismo estám a ganhar posiçons em todos os países muçulmanos e até entre as elites económicas de boa parte deles, com o agravante o monopólio da violência já nom pertence apenas aos ricos e poderosos com novas armas de destruiçom maciça. Neste sentido o ultraliberalismo só fixo agravar o problema ao adelgazar cada vez mais a funçom do estado e drenar cada vez mais recursos da periferia para o centro aumentando a precaridade da grande maioria da populaçom desses países, muitos deles riquíssimos em recursos. Por outro lado, deixar que os palestinos enfrentem com pedras os tanques israelenses é um garante certo para fomentar e alimentar o ódio islámico contra o Ocidente.

Em resumo, o Ocidente é um accidente, o maior e mais organizado grupo terrorista do mundo.





+ Informaçom:
Na Rede

Resumo da palestra do Carlos Taibo sobre a Tchetchênia:
http://wwwafiador.blogspot.com/2009/11/resumo-e-comentario-as-palestras-de.html

Livros recomendáveis:

CHOMSKY, Noam (2003), Hegemony or survival, Metropolitan Books [nós manejamos a ediçom brasileira: O império americano: hegemonia ou sobrevivência, Campus editora, Rio de Janeiro, 2004, 3ª ediçom.




domingo, 1 de novembro de 2009

VII Castanhaço-rock


O 7 de Novembro em Chantada a associaçom cultural O Castanhaço organiza umha nova ediçom do já célebre festival. Desta volta, para além de palestras, da II ediçom dos Jogos Bravús e do aberto de bilharda; contaremos na nossa vila com a presença de regueifeiros e dos grupos:

Talco [Itália]
Skándalo Gz [Galiza]
Dixebra [Asturies]
Kogito [Galiza]
Peste&Sida [Portugal]

Que nom falte ninguém a esta festa da música galega!

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Friage mental: as armas químicas e biologicas do Império. A Constipaçom A como fonte de lucro para as farmaceúticas


Em pleno furor da mal denominada constipaçom A adjuntamos um vídeo que ataca a falta de escrúpulos do capitalistmo à hora de atacar a saúde das pessoas e mais umha reflexom que já data de começos de Maio:

Texto:

http://wwwafiador.blogspot.com/2009/05/friage-mental-as-armas-quimicas-e.html


Vídeo:

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

I. Patriarcalismo político e lingüístico na Galiza: história dumha dupla subordinaçom

τις ۥεπέσσεται (alguém sobreviverá), Odisseia IV, 756

Sólo creía en aquello que tocaba, salvo la libertad que nunca la tocó, pero creyó, sin embargo, en ella mucho tiempo. Leopoldo Alas “Clarín”: La Regenta.

Ao longo da história negada da Galiza, ao longo das seculares aldrages que padeceu o nosso povo, ao longo da recua de discriminaçons que galegas e galegos padecemos por mor da nossa língua, fôrom várias as vezes em que se vencelhárom ao longo do tempo o futuro do nosso idioma galego–português ao autogoverno da Galiza.

Logicamente, um poder político autónomo e próprio pode reagir perante as betesgas do centralismo, mal que bem, e, de facto, na Galiza existe hoje mais consciência nacional ca nunca, ainda que seja preciso indicar que para alcançar o monolingüismo social em galego é quase totalmente imprescindível exigir o cumprimento total do nosso direito à autodeterminaçom como povo e após umha desalheaçom social, umha catarse colectiva e ordenada ,desde a luita e a memória dos devanceiros à instauraçom normalizada da língua e da República Socialista da Galiza.

As estruturas patriarcais continuam a ser o elemento dominador nas sociedades capitalistas ocidentais. Em todo o mundo 70% dos pobres e dous terços dos analfabetos[1] som mulheres, sem falar já das vítimas de violaçons, guerras, ablaçons, etc. Destarte, a pesar de constituir umha força de trabalho enorme apenas som donas de 1% da terra. Na Galiza, nom som poucas as mulheres titulares ou co-titulares dumha exploraçom gandeira, mas sem possuírem a propriedade da terra, e, portanto, a mulher galega sofre umha tripla discriminaçom: a de ser mulher, a de pertencer a umha naçom oprimida e a de género.

A taxa de desemprego feminina supera com muito a masculina e a diferença nos ordenados (salários) continua viva. A precaridade, a temporalidade e a economia submergida som realidades infelizmente associadas a grande parte das mulheres trabalhadoras da Galiza, que seguem ocupando-se das tarefas domésticas e do cuidado dos filhos e das pessoas dependentes sem o reconhecimento social pertinente, embora só seja polo que poupa a administraçom em prestaçons socias.

Os meios de incomunicaçom, aliados do patriarcado e da glotofaxia espanholista, seguem discriminando à mulher e ampliando os estereotipos e as desigualdades, já desde a infáncia, por exemplo através de joguetes “de chicos” (umha bola, umha pistola de joguete, cromos de futebol...) e joguetes “de chicas” (Barbye, cozinhas, jogo de pinturas e maquilhage...). O aborto e a sua despenalizaçom até as doze semanas foi o último exemplo de campanha criminalizadora da mulher e o feminismo, já que os “guardiáns” da boa moral oponhem-se ao «nós parimos, nós decidimos» in nomine dei. Coma nos bons tempos, «Santiago, y cierra España»[2].

Francisco Rodrigues Sanches num artigo de 1992 intitulado «Conflito cultural e idiomático na Galiza» analisa desde umha óptica marxista a dupla prostraçom, da língua e do povo, que se dá na nossa naçom, a qual pertence a periferia, a «outra Europa» de que já falava Lenine no seu livro O imperialismo: fase superior do capitalismo.

Para o ferrolano [1998: 180] «queren convencer-nos de que non existe problema, porque agora xa existe liberdade individual para expresar-se no que a cada un lle pete. Desta forma, o que é un problema social e colectivo, da estrutura de poder, deixa-se cinicamente a que os indivíduos que están inseridos nesa estrutura de poder, ousen só por propria vontade trastocar. Non se cambian as regras de xogo. Se un non xoga desta maneira é simplesmente porque libremente non quer. Pero, nesta, como en tantas outras problemáticas, nos existe a liberdade individual». Tamém nos querem convencer de que a mulher já tem atingido a igualdade e que as luitas feministas estám fora de lugar no actual “sistema de liberdades” da “democracia espanhola”. «Que todo quede atado y bien atado» deixou dito o ditador antes de morrer.

O histórico dirigente da UPG assiná-la que a diglossia reformulou-se, assi como o machismo se tem disfarçado através de atitudes compensatórias que, no entanto, em nada mudam o status quo do espanhol e do home respectivamente, assi como as esmolas das ONG's e dos estados ricos nom mudam a correlaçom Norte-Sul porque nom se lhes devolve a propriedade sobre os meios de produçom nem sobre os recursos naturais:

A sociedade galega necesita, hoxe máis que nunca, armar-se contra unha ideoloxia dominante empeñada en que aceitemos como única via para o noso país un papel subordinado, case inexistente: sermos agradecidos, porque non pasamos fame e temos a sorte de pertencer a un mundo que se considera o centro previlexiado. Pero sabemos que non existimos, como tal, especificamente, con direitos próprios, dentro da expansión cultural eurocéntrica. Todo o máis, no campo cultural; velai a grande tarefa encomendada á Xunta, crermos que a apariéncia – libros, Tv, rádio, festas..., teórica e limitadamente en galego– son a realidade. Mentres, os demais, outros, deben opinar por nós. A estrutura vai por unha banda, e a superestrutura cultural, e con ela a língua e cultura próprias que subsisten sen o esforzo por unha pragmática próprias, en todos os campos: o económico, o político, o cultural, o informativo, o educativo... A resignación como único mundo posíbel é a aceitación dunha esquizofrénia que nos manterá nunha contradición constante entre o desánimo, e a política de ilusións, de fantasias. Non pode existir nada máis triste nen perigoso para os povos asoballados que acreditar na política de ilusións, moito máis, cando son imperiais, externas, ditadas con total desprezo polos nosos direitos e os da maioria da Humanidade [Rodríguez Sánchez, 1998: 183].

Castelao no Sempre em Galiza (1944) advogava igualmente pola necessidade de junguir arredismo e nacionalismo lingüístico e defende a liberdade para todas as pátrias como o fai Ramom Vilar Ponte em «O sentimento nacionalista e o internacionalismo» (1926). Em todo caso, acreditamos que na Galiza o «etnocídio», de que falava o Beiras[3], ou o «crime de lesa cultura», de que falava Castelao, sobrevive do mesmo modo que o patriarcado se mantém ainda que sob umhas aparências remoçadas e com tácticas anovadas. O mesmo cam com distinto colar. Nom se proibe a língua fora do fogar, onde devia estar junto à mulher no franquismo, mas agora defende-se o “bilingüismo” e quando se ponhem em teia de juízo os privilégios do home ou do castelhano entom lançam-se os “cides” e os “santiagos mata-mouros”, os mercenários e sipaios do espanholismo, a falar de imposiçom, quando o único que se pode registar som séculos de opressom de género, nacional e lingüística galega. Os novos movimentos fascistas, o neo-fascismo, fam do espanholismo a sua firme e enérgica bandeira, negando-lhe ao galego, à mulher e ao operário que som sujeitos com direitos colectivos e mesmo na esquerda espanhola esta nacionalismo tem vigorado desde a II República soterrando definitivamente o federalismo pimargalliano embora neste o único referente nacional – ao menos numha etapa inicial- fosse Espanha:

Resulta lastimoso que se fale de imposición cando se trata de restaurar (só simbolicamente) o rostro real do país, desfigurado por unha imposición secular [Rodríguez Sánchez, 1998: 166].

Para pôr fim a isto é imprescindível exigir umha dupla independência que só se pode acadar desde a desalienaçom popular, quer dizer, fazendo realidade aquela máxima de Castelao de que «o povo só se salvará quando deixe de ser massa». Dumha banda Galiza deve-se arredar do Estado burguês espanhol da II Restauraçom bourbónica e caminhar ceive e dona de si, para balizar a sua língua e regenerá-la achegando-a todo quanto for possível, sem perder os traços de seu, ao português com o galho de alcançar a unidade primigénia e histórica galego–portuguesa; doutra banda, um novo sistema sócio–económico deve trair a fim dos preconceitos lingüísticos e machistas que vigoram na sociedade patriarcal de Ocidente. Quando definimos capitalismo “imperialista” e “patriarcal” som adjectivos inerentes assi como a alienaçom e o fetichismo da mercadoria é umha característica intrínseca das sociedades capitalistas:

Existe um grave problema, e eu penso que o povo nom tem muito que dizer ao respeito. E vou pôr vários exemplos: democraticamente nom se pode chegar à conclussom de que 2+2=6, por muito que o diga a maioria. O facto de que umha maioria apoie um feito, nom quer dizer que seja científico nem verdade. Na Galiza: se se lhe perguntar a um camponês ou se lhe di que escreva em galego “MINHO” el escrevera com “ñ”, pois tem sido alfabetizado em espanhol. Por isso na Galiza o problema [da planificaçom lingüística] é muito mais complexo do que parece.

[...]

O que define a situaçom da Galiza é umha alienaçom e para o poder é fácil agir sobre esta esquizofrenia histórica, impondo os interesses económicos, que manipula o sentir dos galegos, que dificulta a descolonizaçom dos espíritos e que manipula até o sentimento lingüístico dos falantes [Peeters, 1991: 88-9].

1.2. Paralelismos entre a discriminaçom lingüística e feminina na naçom galega. Exemplos literários.

Desejamos começar este ponto botando mao dum texto literário que ilustre qual é que era a situaçom da mulher durante boa parte do século XX, sobrevivendo ainda em muitos países e mesmo em Ocidente, e como fôrom as próprias mulheres desde a sua luita abnegada as que conseguírom, aos poucos, ir revertendo a situaçom[4]:

Dérom-me umha folha torpemente impressa em que se olhava umha mulher espida imitando a posse dumha estatua grega. Na contra-capa lia-se:

“O home pobre e trabalhador acha-se oprimido polo que é rico e nom trabalha; mas a este home fica-lhe ainda o recurso, bem triste por certo, de vingar-se da opressom que sofre, oprimindo por sua vez a fêmea que lhe tocou em sorte; a esta fêmea nom lhe fica já nengum meio de desafogo, e tem que resignar-se a padecer a fame, o frio e a miséria que origina a exploraçom burguesa e, como se isto fosse pouco, a sofrer a dominaçom bestial, inconsiderada e ofensiva do macho. E estas som as mais felizes, as privilegiadas, as filhas mimadas da Natureza, porque existe trinta ou quarenta por cento de mulheres que som muito mais infelizes ainda, já que a nossa organizaçom social, até lhes proibe o direito a ter sexo, a ser tais fêmeas, ou, o que é o mesmo, a demonstrar que o som.

>> OU, A MULHER! Eis a verdadeira vítima das infámias sociais; eis o verdadeiro objecto da missom dos apóstolos generosos [Mendoza, 1975: 410-11].

A génese da exploraçom da mulher e do patriarcado é descrito, desde umha óptica marxista, por Iñaki Gil de San Vicente [2009: 4]:

La obtención de energía requiere en la especie humana de un trabajo consciente que no tiene otro sentido que el de reducir el esfuerzo, reducir en lo posible el tiempo necesario para obtener dicha energía mediante el desarrollo de herramientas y de técnicas adecuadas, en suma, de fuerzas productivas. En la medida en que aumentaba la población y se agotaban los recursos meteriales, los grupos humanos desarrollaron, como mínimo, cuatro alternativas: emigrar a otros espacios, aumentar su productividad con mejores herramientas, aumentar el tiempo de trabajo total del grupo y robar los recursos de otros grupos. Las formas más simples y rudimentarias de violencia surgen en este largo período, y son las mujeres las que primero sufren las consecuencias, pasando do ser un sexo-género clave que aporta la mayoría de las energías y que produce la mayoría del conocimiento, a ser el primer grupo humano explotado por otros grupos humanos.

Em Ab urbe condita, Tito Lívio dá-nos umha amostra perfeita do nascimento da escravatura em Roma. A opressom sobre a mulher e a orige dos escravos em mulheres doutros povos vê-se com nitidez no conhecido como «rapto das sabinas». Logo, a escravatura passaria à infáncia e, finalmente, a homes e anciaos. Ainda hoje a mulher segue a ser a principal geradora de energias, sofrendo a opressom de género e ainda a exploraçom sexual, a escravatura sexual por milhons. Como indicava Plauto «homo homini lupus», mas, sobretodo, o home é um lobo para a mulher, já desde a civilizaçom greco-romana «base de la civilización occidental, se cimentó sobre el más inhumano terrorismo masivo aplicado gracias a una aplastante superioridad militar» [Gil de San Vicente, 2009: 5].

A alienaçom e o fetichismo som violências invisíveis aplicadas sobre a mulher e a língua – preconceitos. A cultura e o ser humano passam a ser no capitalismo simples realidades mercantilizadas, e a humanidade anula-se convertendo-a em força de trabalho, umha mercadoria, como a natureza, que se compra e se vende no desejo de converter o máximo valor de cámbio possível e inçar assi a acumulaçom de capital. Nem que dizer tem que quando os explorados se safam da alienaçom entom a violência do estado burguês actua para reprimir e manter o status quo de cada classe social.

Durante a II República a educaçom polira-se e promocionara-se. Aliás, a Constituiçom de 1931 contemplava um ensino gratuito, laico e universal – obrigatório–, que contemplava já a ensinança mista sob os princípios pedagógicos achegados, essencialmente, pola Instituiçom de Livre Ensinança[5] e com a criaçom de numerosas bibliotecas no rural galego. Porém este modelo vai sucumbir desde 1936 com a depuraçom de mestres e livros e com a valoraçom da ensinança mista e os valores pedagógicos republicanos como próprios da anarquia e a libertinage.

A co-educaçom suprime-se porque havia que formar umha mulher para deus, a pátria e o fogar e «esta nova muller debía de servir de correa de transmisión do ideario do nacional-catolicismo ás novas xeracións» [Freitas Juvino, 2008: 485]. Daquela, a submissom ao home e à sociedade eram as ideias–chave da educaçom feminina e socialmente as mulheres eram quase invisíveis. As primeiras mulheres ligadas com a cultura galega irrompem nos anos cinqüenta (Maria Marinho, Pura Vásquez, Mª do Carme Kruckenberg, Luz Poço Garça, Joana Torres, Maria José Queizám...).

A repressom da língua galega foi tamém com muito maior na mulher. Árias Lopes no número 29 de Grial confirma que o abandono do galego é superior entre as mulheres, assi como os preconceitos, pois isso reflectia o inquérito que realizara naquela altura e em que eram mais as mulheres opostas ao ensino do galego:

As actitudes de receo pra a língua galega no insino – e mesmo fora do insino–, dentro de Galicia, son moito máis abondosas e afogueiradas nas mulleres que nos homes. Nen penso que debamos esixir responsabilidades ás donas galegas polo seu anoxamento da nosa língua. Mais ben, entendo que elas son víctimas [Freitas Juvino, 2008: 487].

Atinadamente, Jesus Alonso Montero [1973: 125] atribui este maior abandono do galego na mulher a sua condiçom de género oprimido, quer dizer, à tripla discriminaçom de que já falamos: como mulher, como galega e como trabalhadora. A alienaçom é, portanto, maior e o fetichismo tamém:

Cualquiera que sea la clase social, quien más se entrega a los valores externos, a los valores suntuarios y de apariencia, es la mujer, y ello se debe a su condición de ser enajenado, de ser más alienado que el hombre.

A alienaçom e o fetichismo da mercadoria som, na teoria marxista, aquelas situaçons em que o oprimido acredita ser livre e, aliás, acha que as mercadorias tenhem qualidades humanas, enquanto as pessoas reduzem-se a simples objectos, mercadorias, por exemplo na prostituiçom. Mas, a alienaçom e o fetichismo rematam por reduzir ao próprio indivíduo, nos seus esquemas mentais, a umha mercadoria sem valor, a “cousificaçom extrema”, quer dizer, as causas som vistas como os efeitos e os efeitos como as causas, de modo que a submissom ao sistema é total, máximo porque estamos perante umha violência psicológica e nom física, a fórmula preferida do terrorismo burguês. Em efeito, a guerra de género é a primeira fase da guerra social que nas “democracias” aplica a classe burguesa para o controlo da classe trabalhadora e para a perpetuaçom do sistema.

Desde umha perspectiva feminista tem exposto a discriminaçom correlativa mulher–galego Mª José Queizám dumha forma espantosamente castigada. Segundo a escritora a mulher e a língua sofrérom e sofrem um processo paralelo de desvalorizaçom e submetimento como recolhe em «A lingua galega e a muller», artigo que se recolhe no livro de 1977 A muller en Galicia: análise estrutural de dos feitos represivos. Neste volume bosquesage um paralelismo nídio entre a repressom sofrida polo galego e a padecida pola mulher: «Estamos no ambiente do racismo e a opresión». Freitas Juvino [2008: 489-490] explica assi as achegas de Queizám:

Parte da situación de convivencia diglósica na que se atopa o galego no seu propio país (...) dunha maneira similar ao que ocorre coa muller que, na dicotomía muller/home, sempre se atopa nunha posición xerárquica inferior. Unha lingua, o castelán posúe prestixio social e o galego non; igualmente, o home posúe dentro da sociedade un status superior, o que lle confire prestixio en contraposición á muller, que carece del; así, os homes son máis valorados polo poder e o prestixio que posúen e as mulleres polos seus valores persoais.

Os preconceitos, maiores nas mulheres pola maior opressom a que estám submetidas, relacionam-se com a alienaçom ou, em palavras de Queizám, com o assobalhamento ideológico. A mulher tenta emular as normas e critérios do bando masculino o que reforça a tendência dos galegos, froito do auto-ódio, a emular a língua do opressor:

Non se analizan as circunstancias históricas que provocaron unha e outra situación, simplemente acéptase e dáse por feito que ten que ser así. O galego é unha língua “inferior” debido ás súas características intrínsecas, e o mesmo lle ocorre á muller, que é inferior ao home porque a natureza o quixo así [Freitas Juvino, 2008: 490].

Aliás, o castelhano associa-se com a épica, a valentia e a agressividade –coma os “machos”- e as línguas periféricas, nomeadamente o galego, com a lírica, a beleza, a doçura, o intimismo... A primeira é a língua dos conquistadores a segunda «un patrimonio cultural que será objecto de especial respecto y protección» como recolhe a Constituiçom de 1978, ou seja, retórica burguesa barata made in Spain como outros tantos artigos como o 17, o 20, o 22, o 27, o 31 ou o 35, apenas por citar alguns que se violam sistematicamente. Logicamente, «todos los españoles tienen el deber de conocerla y el derecho a usarla», enquanto que o conhecimento do galego é acessório, secundário ou “complementário” como o é a mulher desde a Génese bíblica [2; 21-24], feita Eva a partir da costela de Adám:

Entonces Yahvé Dios hizo caer un profundo sueño sobre el hombre, que se durmió. Y le quitó una de las costillas, rellenando el vacío con carne. De la costilla que Yavhé Dios había tomado del hombre formó una mujer y la llevó ante el hombre. Entonces éste exclamó:

“Esta vez sí que es hueso de mis huesos y carne de mi carne. Ésta será llamada mujer, porque del varón ha sido tomada”.

Por eso deja el hombre a su padre y a sua madre y se une a su mujer, y se hacen una sola carne[6].

A associaçom da Galiza e da sua língua nacional com o feminismo é mui antiga. Miguel de Unamuno no seu ensaio Por tierras de Portugal y de España (1903) expom numha descriçom sua tipicamente barroca:

Las esquinosas sierras, tal como surgen de las roturas y levantamientos, se han ido hundiendo y desmoronando en montes terrosos y chatos, de contornos ondulantes y sinuosos, como de senos y caderas mujeriles, a la vez que han ido rellenando los valles y vagüeras. (...) Y luego la frondosa cabellera de castaños, pinos, robles, olmos y cien otras castas de àboles, abriendo aquellas redondeces y turgencias, dan al paisaje un marcado carácter feminino (...). Es un país feminino [Freitas Juvino, 2008: 490-1].

Esta descriçom da Galiza e as suas virtudes femininas opom-se às virtudes de Euskal Herria, masculinas por suposto, de onde Unamuno era nativo e para reforçar a necessidade de englobar Euskal Herria no Estado espanhol de acordo com a sua ideologia espanholista:

¿Que és eso de ser invasores? ¿No lo somos nosotros? Si no queréis ser invadidos, invadid; sino queréis que os absorban, absorbed; todo menos cerrar las válvulas y permanecer aislados. No guardéis una absoluta virginidad de raza que nos prive de la maternidad, de la paternidad más bien. Padres, sí; que en este inivitable y fecundo encuentro de pueblos seamos el varón y no la la hembra [Freitas Juvino, 2008: 491].

O trecho é indubitavelmente ilustrativo de por si só. Assi, hai povos e línguas “machos”, conquistadores, imperialistas e povos “fêmea” que só estám para ser fecundados, para a funçom reprodutiva, e ainda agradecer pouco menos que haja tam “nobres” impérios que os colonizem e oprimam. Castelao no Sempre em Galiza critica estes preconceitos sem tapulhos:

Afetá que a paisaxe galega é femia porque ten formas redondeadas! (...) Isto é debido á dureza granítica do chan, mais a pesar de todo Galiza é un país moi sério e moi redondo, como é o mundo; sen arquitecturas de escaiola e sen ceos de añil barato.

Xusto é que lle chamemos Nai â nosa Terra (tódalas Terras son Nais); e admitiríamos que Castela fose “macho” - tal arelan os casteláns– se non estivéramos vendo a súa estraordinaria fecundidade; pero non creemos que un pobo sexa mais macho que outro polo feito de volver dunha guerra e amostrar o seu coiro cheo de cicatrices[7].

E quase no começo do seu emblemático livro afirma que Galiza é antes de mais mátria, concretamente afirma que «para nós, os galegos, a Terra (así, con maúscula) é Galiza. O que nos xunta n-unha comunidade espritual é, principalmente, o amor â Terra. E cando decimos “a nosa Terra” queremos decir “a nosa Nación”. A Terra é a Matria» [Castelao, 1944: 40]. Maria José Queizám fala com acerto de «duplicidade compensatoria», a qual consiste numha falsa idealizaçom da língua galega ou da mulher que se opom à denigraçom do home e do castelhano, «pero esta é unha condena hipócrita, porque tanto o castelán como o home seguen simbolizando o poder e o prestixio. Este último é o idioma dos que dirixen a sociedade e o home segue acaparando e mandando na política, na cultura e na economía. (...) A idealización compensadora: a fermosura, o lirismo, o sentimento. Igualmente, as mulleres compensan a súa situación de subordinación ao home adxudicándolles calidades como a intuición, a comprensión, a paciencia etc.» [Fretias Juvino, 2008: 492-493]. Assi, o galego é umha língua preciosa e formosa, como a mulher, doce e que soa bem. O castelhano abonda-lhe com o seu prestígio social e a sua masculinidade.

Tamém existe a idealizaçom da pureza. O castelhano enriquece-se com empréstimos, o galego deturpa-se, porque o galego deve ser 'puro', casto como a mulher, e deixar a promiscuidade para o castelhano. Isto é especialmente significativo quando se ataca a regeneraçom do galego através do português enquanto se gaba a unidade do espanhol argentino e peninsular e a mestiçage do conquistador com o conquistado.

Pilar Garcia Negro falará de «técnina home-opática», segundo a qual é permitido um mínimo de toleráncia com os direitos da mulher e do galego para manter o status quo do home e do castelhano, quer dizer, voltar à máxima de Carlos III e do absolutismo “ilustrado”: mudar algo para que rem troque. Esta técnica engloba tamém a auto-xenreira, causa fulcral do processo de substituiçom lingüística supostamente mais visível entre as mulheres, já que a pretendida igualdade de línguas é igual que a fictícia igualdade de sexos. Noutras palavras, nega-se o conflito lingüístico mediante um falso e inexistente bilingüismo (social) que actua de “unisexo”, como se fai ao atacar à mulher na publicidade e a televisom sob o escudo de que tamém empregam a homes, ou seja, igualdade “unisexo” na denigraçom das pessoas e na image dumha mulher que deve ser perfeita, jovem, parva e entregada ao sexo – ou a satisfaçom do outro sexo mais bem–, a mulher-floreiro.

A mulher abandona a língua como quando tratam de imitar os homes por avergonhar-se de pertencer a um sexo “inferior”. Neutralizam o conflito fugindo del e da responsabilidade de defender os seus direitos e os das demais mulheres. Pilar Garcia Negro fai um resumo genial da analogia entre o patriarcalismo político e o lingüístico [Freitas Juvino, 2008: 495-496]:

a.- As duas fôrom reduzidas a um papel secundário e subalterno, embora houvesse umha evoluçom desde negar a existência de alma nas mulheres até o reconhecimento idealizado de valores da mulher e o galego (intuiçom, formosura...).

b.- Os sectores assimilistas e sexistas, como Galicia bilingüe, empregam recursos variados para perpetuar a discriminaçom, mas aparentando que se fomenta a igualdade e a defesa dos discriminados.

c.- A táctica homeopática, da que já falamos. Outorgam-se direitos com tal que nom se exerçam e quando estes podem finalmente exercer-se lançam-se campanhas demonizadoras, como a que se opunha a despenalizaçom do aborto ou a que atacava a suposta “imposiçom” do galego. E encobre-se com “discriminaçom possitiva” a falha absoluta de actuaçons para alcançar a tam arelada igualdade.

d.- O “complexo de embaixada”. Umha das principais arelas de qualquer ideologia discriminadora e colonizadora é conseguir a internalizaçom da segregaçom por parte dos próprios afectados. Expressou-no verazmente Chomsky em numerosas ocasions ao referir-se ao controlo da opiniom pública para fazer das eleiçons simples farsas na democracia burguesa.

e.- A “síndrome de Estocolmo”. As pessoas reprimidas sentem-se atraídas, hipnotizadas, polos seus opressores.

f.- Espaço privado / espaço público. O galego é umha língua oral, familiar e rural, o castelhano pola contra é língua oficial e dos ámbitos públicos. A mulher para as tarefas do fogar e os homes na cantina, a guerra e os prostíbulos.

No entanto, a língua galega foi ganhando terreno na vida pública assi como a mulher se fai inserindo na vida laboral. Porém nom é menos certo que o castelhano segue a ser a língua de mais prestígio, urbana, de profissons liberais e associada com o poder e o dinheiro. Tamém os directivos adoitam ser homes e os ordenados femininos som 30% inferiores aos masculinos, para além de que se ouve amiúdo o de nom se pode contratar umha mulher pola baixa por maternidade. Para umha e para outra receita-se discriminaçom possitivo, eufemismo que encobre à perfeiçom a existência mesma da desigualdade e camufla de bondadosos e dadivosos aos que em realidade som em exclussiva verdugos. Nom hai discriminaçom possitiva que vala, apenas umha luita entre os opresores e os oprimidos o resto é fumo de palhas.

1.3. Coda

Como conclui Freitas Juvino [2008, 498] a língua galega só se salvará se assi o decidem as galegas e os galegos adoptando atitudes de luita e compromisso lingüístico. O mesmo é aplicável à mulher, que deve assumir a sua valia em pé de igualdade com o home, exercendo a sua plena “autodeterminaçom”, já que ao igual que nom hai rem na estrutura interna que faga umha língua superior a outra, tampouco hai nada no ser humano chamado home que o faga superior ao ser humano chamado mulher, a contrário, o patriarcalismo fai dos homes os máximos responsáveis das atrocidades e barbáries cometidas ao longo da história.

A cultura heterocéntrica e patriarcal nom deve deixar de ser revisada em todo momento e atacada sem piedade. O falocentrismo, que nom deixou de aumentar nos últimos decénios, é ao tempo a expressom da debilidade masculina, polos complexos inúmeros que o cánon do ideal criou. Agora tem chegado à mulher umha versom ainda mais deturpada deste feito. O porno é o modelo que criar cánon em inúmeros jovens com o conseguinte trastorno e distorçom da realidade: se nos 90 causavam furor as tetas de plástico de Jena Jameson e Nacho Vidal era o referente masculino, no XXI causam furor as operaçons vaginais na procura da cona “perfeita”. A alienaçom sexual está a chegar no primeiro mundo a limites até fai umha décadas insuspeitados e enfermidades como a anorexia e a bulímia dam igualmente fé disto, quanto ao cánon estético.

O culto ao corpo perfeito e a mocidade era umha das máximas do nazismo, polo que nom é por acaso que parelho a estas aberrraçons ince a genofóbia e a discriminaçom, embora nalguns casos tenha um rosto novo.

Por último, lembrar que tamém os homes somos vítimas do patriarcado e das suas estruturas. Neste sentido, o feminismo “exclusivista” que se cinge só à mulher e impede a participaçom do home evita que os homes mais conscienciados com a causa da igualdade podam “despatriarcalizar-se” corectamente, respondendo a necessidades inconscientes criadas polas técnicas grupaloides, adoito exploradas na publicidade e a propaganda política. O apoio do home é vital para lograr a vitória na guerra dos sexos, já que nom som poucas as mulheres afectadas pola “síndrome de Estocolmo” e a táctica homeopática de que antes falavamos. Vós, as mulheres devedes encaminhar a luita pola igualdade em cada umha das frentes sociais em que actuades, fazê-lo fechando-se em pequenos grupúsculos e de costas ao mundo tem sentido em determinados processos históricos, mas acho que nom é mais que firmar a acta de perpetuidade do patriarcado na actualidade. Coerência, consciência, formaçom, constáncia e incidência social som as chaves da vitória, tanto para a mulher como para a língua.

Antom Fente Parada, Santa Cruz de Viana, 2009.

BIBLIOGRAFIA

ALONSO MONTERO, Xesús (1973), Informe – dramático– sobre la lengua gallega, Akal: Madrid.

CASTELAO, Afonso Daniel Rodríguez (1944), Sempre en Galiza, Akal: Madrid, 4ª ediçom, 1994.

FREITAS JUVINO, María Pilar (2008), A represión lingüística en Galiza no século XX. Aproximación cualitativa á situación sociolingüística de Galiza, Xerais: Vigo.

GIL DE SAN VICENTE, Iñaki (2009), La violencia y lo militar en Marx. La combinación de todas las formas de lucha, Euskal Herria, http://www.lahaine.org

KAMEN, Henry (2006), Del imperio a la decadencia. Los mitos que forjaron la España moderna, Temas de Hoy: Madrid.

MENDOZA, Eduardo (1975), La verdad sobre el caso Savolta, Six Barral: Barcelona.

PEETERS, Yvo JD (1991), editor, Poder, ideologia e língua, Associaçom Galega da Língua: A Crunha.

RODRÍGUEZ SÁNCHEZ (1998), Conflito lingüístico e ideoloxia na Galiza, Laiovento: Compostela.



[1] Aqui nom se contam, por suposto, os analfabetos funcionais que som inúmeros no “mundo civilizado”. Na Galiza seis de cada dez galegos afirma nom ler NUNCA e muitos som incapazes de desenvolver as técnicas de leito-escritura com correcçom, já nom entrando na interpretaçom do sentido dum texto onde o número se inça até cifras estremecedoras. Isto todo em espanhol, naturalmente. Para o galego o número de analfabetos funcionais quiçais supere 60% da populaçom. Isto naturalmente convém a quem detecta o poder, pois de pouco serve a “liberdade de imprensa” se as mensages nom som compreendidas nem apreendidas pola massa submetida.

[2] Esta citaçom, com umha ilustre prosápia, é um bom exemplo da manipulaçom histórica do espanholismo. Autores como Pérez-Reverte, por exemplo em Las aventuras del capitán Alatriste, apresentam-na pouco menos que como umha afirmaçom da naçom espanhola já na Idade Média (quando o conceito de naçom tal como o entendemos hoje data do século XIX e das revoluçons burguesas). Na realidade nem existiu no imperial Reino das Espanhas como umha única arenga nem sequer se vencelhava com a naçom no sentido moderno, mas apenas com a procedência geográfica e no caso dos estrangeiros com a coroa a que serviam:

«Durante las guerras italianas, alrededor del año 1500, todos los soldados al servicio de los tercios estaban obligados a utilizar el grito de guerra “Santiago, España”. Los cronistas castellanos narraron que, en la batalla, los soldados cantaban “¡España, España!” y “España, Santiago” a medida que se lanzaban contra sus enemigos. Puede ser que ni siquiera hayan conocido el significado de esas palabras, pero era una frase que los ayudaba a concentrar su ferocidad.

Durante los siguientes cincuenta años, el grito de guerra “¡Santiago, España!” comenzó a escucharse en toda Europa. Lo utilizaban todos los soldados que peleaban en nombre de España, ya fueran castellanos, italianos, alemanes o flamencos. Vale la pena hacer hincapié en este punto, debido al malentido generalizado de que las tropas gritaban por España por el hecho de estar compuestas por españoles. Dada la composición internacional de los ejércitos de España, la verdad es que la mayoría de las veces no eran españoles los que la aclamaban. Los gritos de guerra “¡Santiago!” o “¡Cierra España!” no eran prueba de que las tropas tuvieran sentimiento alguno por la nación española. En la batalla de Mühlberg, en Alemania, en 1547, la deslumbrante caballería húngara del ejército imperial tuvo que elegir entre los gritos de guerra oficiales alemanes y españoles, y en vistas de su antipatía por Alemania, no dudaron en elegir gritar “¡España!” al arremeter contra sus enemigos en la batalla» [Kamen, 2006 : 50-51].

Lembre-se igualmente que até o século XVII Espanha era sinónimo de Península Ibérica porque ainda guardava o sentido do Hispánia romano.

[3] Em vários dos seus artigos indica isto, nós remarcamos o recolhido no discurso sobre o estado da naçom galega de 5 de Novembro de 2004, intitulado «15 anos de goberno do PP, 15 anos perdidos».

[4] Na II República, por exemplo, atingiu-se o Sufrágio Universal com a incorporaçom da mulher nas eleiçons de 1933, jogando um papel crucial na sua aprovaçom as deputadas Victoria Kent, Margarita Nelken e Clara Campoamor. Antecedentes tinham-nos nos postulados do federalismo burguês mais radical do XIX, embora fosse um sufrágio que exigia um nível de estudos que mui poucas mulheres tinham na altura – o que nom se lhe exigia aos homes curiosamente, ou nem tanto-. A traduçom do trecho literário é nossa.

[5] Trata-se dum instituto criado na metrópole, Madrid, segundo o estipulado polo real decreto de 16 de Agosto de 1876 e orientado, num princípio, a ensinança secundária. Os seus estatutos aprovam-se a 31 de Maio de 1876 pola acçom de professores e intelectuais apartados da ensinança polo Decreto Orovio de 1875. Entre os seus integrantes topavam-se Francisco Giner de los Ríos, Nicolás Salmerón, Azorín, Antonio e Manuel Machado, etc., que logo seriam os predecessores do krausismo. Quanto instituiçom, ensaiou a aplicaçom do neutralismo religioso e ideológico, a coeducaçom e os métodos pestalozzianos e froebelianos, que conduzírom à renovaçom da ensinança meia e superior influindo na reforma escolar republicana e na organizaçom e posta em marcha da Residência de estudante de Madrid, em que coincidiriam Buñuel, Dalí ou Lorca. Logicamente, a Guerra Civil esborralhou todas estas experiências.

[6] A cultura judia, e portanto tamém a cristá nada dela, é fortemente patriarcal como tem retratado Saramago no seu Evangelho segundo Jesus Cristo. Hai muitas passages bíblicas lesivas para com a mulher que se explicam polo contexto social em que esses textos fôrom produzidos e o Deuteronómio é um autêntico código legislativo da época onde se recolhem herdanças doutras civilizaçons como a mesopotámica: «vida por vida, ojo por ojo, diente por diente, mano por mano, pie por pie» (19; 21). Umha destas passages di «si un hombre toma una mujer y se casa con ella, y resulta que esta mujer no halla en gracia a sus ojos, porque descubre en ella algo que le desagrada, le escribirá un acta de divorcio, se la pondrá en su mano y la despedirá de casa. Si después que ella ha salido y se ha marchado de casa de éste se casa con otro hombre, y luego este segundo hombre la aborrece, le escribe el acta de divorcio, se la pone en su mano y la despide de su casa; o si se muere este otro hombre que se ha casado con ella; el primer marido que la repudió no podrá volver a tomarla por esposa después de haberse hecho ella impura. Pues sería una abominación a los ojos de Yavhé, y tú no debes hacer pecar a la tierra que Yavhé tu Diós te da en herencia» (24; 1-4).

[7] Citado por Freitas Juvino [2008: 491-2].Noutras passages nom parece tam afortunada a sua escolha léxica – compreensível polo contexto histórico-. Por exemplo no capítulo XXIV do livro terceiro recolhe-se:

«Hoxe o irrintzi vasco, o renchillido montañés, o ijujú astur, o aturuxo galego e o apupo português están vencidos pol-o afeminado olé... Pois ben; os galegos (...) somos a antítesis da golferancia e do señoritismo, da gitanería e do toureirismo. Que resucite a Castela asesiñada en Villalar. Que Castela deixe de ser o que Antonio Machado lle botou en cara: “Castilla miserable, ayer dominadora, envuelta en sus andrajos, desprecia cuanto ignora”. Entón Castela sería cicáis unha Hespaña, e con ela nos entenderíamos. Cos golfos e os señoritos non» [Castelao, 1944: 367].

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Novo espaço na rede do Encontro Irmandinho focando a XI assembleia nacional de Galiza Nova e a nossa postura

Um outro mundo é possível, umha outra Galiza Nova e necessária. Assi reça o cabeçalho do novo blogue onde nos expressaremos os que apoiamos a postura do Encontro Irmandinho na XI assembleia nacional de Galiza Nova com três piares básicos e clássicos: esquerda, socialismo e autodeterminaçom.


http://revoltairmandinha-en-galizanova.blogspot.com/



Umha aperta irmandinha e à revolta!


ANTE A ASAMBLEA NACIONAL DE GALIZA NOVA

Nos últimos tempos, especialmente neste periodo interasamblear 2007-2009, Galiza Nova deixou de ser un referente de organización xuvenil transformadora entre a mocidade; xa non é un proxecto ilusionante e revolucionario no que militar dende que se converteu nunha comparsa do BNG no goberno da Xunta de Galiza.

@s moz@s do Encontro Irmandiño, entendendo que no proxecto de emancipación nacional e social de Galiza e fundamental que o nacionalismo volva axir entre a mocidade, analizamos as seguintes eivas de Galiza Nova e as cuestións fundamentais que, ao noso xuízo, deben ser debatidas.

1. Divorcio entre a mocidade transformadora do país e Galiza Nova, resultado da subordinación da organización ao BNG no goberno da Xunta e da moderación dos principios ideolóxicos e políticos, o que produciu escasas campañas nacionais, baleiras de contido.
2. Necesidade dunha organización transformadora entre a mocidade galega que interactúe e dé voz aos movementos sociais.
3. O nacionalismo debe recuperar o seu protagonismo na loita estudiantil, nomeadamente contra a mercantilización do ensino que supón o Plan Boloña.
4. Unha organización con verdadeira vocación de emancipación nacional debe poñer acento na formación sobre as consignas; debe facer pedagoxía revolucionaria e fuxir da retórica vacua e as técnicas de marketing, propias do sistema neoliberal que hai que combater con maior énfase.
5. Desastre organizativo en Galiza Nova. Hai comarcas sen apenas actividade organizativa, non hai un sistema regularizado de cobro de cotas, non existe a transmisión dos acordos nacionais ata as Asambleas Locais, a web nacional fica baleira de contidos …; e todo isto no momento no que a organización conta co maior número de liberados da súa historia.
Cómpre cambiar decididamente este modelo verticalista e “profesionalizado” por unha organización horizontal onde a militancia sexa protagonista, non mera maquinaria a mobilizar para os actos electorais do BNG.

Os mozos e mozas do Encontro Irmandiño entendemos esta deriva da organización xuvenil nacionalista no contexto do descrédito da Política por parte da cidadanía, resultado da transformación das forzas políticas en aparatos ao servizo da consecución do poder, estratexia orquestrada polo Capital, que converte así ás cámaras de representantes e ás institucións en instrumentos ao seu servizo, debate que se analizará na Rolda de Rebeldía, proceso que impulsa o Encontro Irmandiño para procurar un referente político social co que provocar un cambio radical no modelo de sociedade e unha outra Galiza posíbel . [Contacta coa Rolda de Rebeldía: aquí].

A nossa intençom é aproveitar a Assembleia Nacional de Galiza Nova do vindouro mês de Outubro para abrir o debate entre a mocidade galega sobre destas questons, para o qual organizaremos vários encontros e pomo-nos ao dispor das achegas de toda a mocidade com espírito transformador deste país, milite ou nom em Galiza Nova – entendemos que os debates planeados excedem a dimensom interna –, através do endereço electrónico

revolta_irmandinha@hotmail.es