1.1.- Intróito
A dicotomia «comunismo ou caos» tem sido formulada em numerosos artigos por Iñaki Gil de San Vicente, como evoluçom da máxima «comunismo ou barbárie» que formulara Rosa Luxemburgo na primeira metade do século XX. Certamente, os processos de produçom do imperialismo estám levando ao planeta ao colapso e a destruiçom do meio ambiente e da espécie humana até1.
O aquecimento do planeta mostra-nos às claras o fracasso do actual modelo de desenvolvimento totalmente dependente dos combustíveis fósseis, a sobre-produçom e o livre comércio. Portanto, urge que se produzam transformaçons radicais que apostem polo desenvolvimento sustentável e a soberania alimentar, o qual exige um novo modelo económico, social e, daquela, político, quer dizer que só um modelo alternativo ao neoliberalismo, socialista pois em maior ou menor grau, pode levar a cabo estas transformaçons.
1.2.- A necessidade dum outro modelo de agricultura
Cos ritmos e processos actuais de exploraçom agrária já hai estudos que advertem que a produçom cairá entre 3 e 16% para o ano 2080 e o declive da agricultura atingirá níveis de 50% em Senegal e 40% na Índia coa conseguinte catástrofe alimentar, a sobre-exploraçom, e a aceleraçom da erosom e a desertificaçom. E todo isto quando se tem em conta que enormes espaços de Rússia e Canadá se poderám cultivar por primeira vez desde que a maioria da humanidade, que nom toda ainda, é sedentária2.
O modelo actual de agricultura procura a máxima produçom seguindo a lógica capitalista sem perguntar-se que custos pode isso ter a curto, meio e longo prazo para a humanidade: guerras, camponeses sem terra, fames, gases de efeito estufa, aquecimento global, catástrofes naturais, destruiçom do solo e das florestas, monocultivo intensivo, abuso de fertilizantes e produtos químicos, desertificaçom... Daquela, o planeta é lançado ao borde do colapso ea humanidade ao maior genocídio através da guerra da auga e da alimentaçom, sem grandes homenages para as vítimas do holocausto do século XXI e sem nengum Adolf Hitler sobre do que botar todas as culpas. Aqui todos e todas somos culpáveis em maior ou menor medida, especialmente a alta burguesia que mantém a sangue e fogo o sistema neoliberal sustentador dos seus privilégios.
O modelo agrário requere umha revoluçom que só pode vir da mao dumha outra social, política e económica, portanto, trocando a forma de produzir, transformar, comerciar e consumir alimentos. Entom, é de mortal necessidade umha agricultura sustentável a pequena escala e o consumo local de alimentos.
Isto exige, quando menos, várias medidas que cubram várias frentes e fases:
A.- Primar os mercados locais e nacionais e garantir a soberania alimentar de todos os povos, ou seja, melhorar a vida a nível mundial desde a valorizaçom do próprio e o seu consumo. Segundo a UNITERRE3 um quilo de aspáragos produzidos na Suíça tem um custo de 0'8 litros até chegar ao consumidor, enquanto os que chegam de México (dos grandes monocultivos das multinacionais) consomem por cada quilo 5 litros de petróleo via aérea.
Daquela, os mercados locais reduziriam o CO2, mas nom apenas reduzindo as distáncias. Os monocultivos, na Galiza o eucalipto é um bom exemplo nalgumhas zonas, está destruindo os processos naturais do solo e os pesticidas e fertilizantes traem consigo umha acelerada erosom do chao e para além dos riscos sanitários liberam NO2 (oxido nitroso) um gás de efeito estufa, que incide junto ao CO2 entre outros no aquecimento global e a destruiçom da capa de ozono4.
B.- A isto hai que somar os processos da agricultura industrial libertadores de CO2 (tractores, avionetas, plásticos, queimas de superfície arbórea...) que se poderiam frenar cumha agricultura sustentável a pequena escala, com trabalho intensivo e produçom extensiva de vacas e ovelhas (todo o contrário da tendência actual na Galiza a enclaustrar os animais e importar forrages), que trairia consigo o auto-abastecimento das unidades de produçom co cultivo de proteaginosas que capturem o nitrogénio do ar e o CO2 ao respeitar os ciclos naturais da terra5. Aliás, pode-se produzir biogás e compostage (sempre e quando se garanta a suficiente matéria orgánica no solo para a geraçom de húmus) e complementar os ingressos com outras actividades de carácter complementar como umha eficaz gestom dos montes comunais na Galiza (com limpas e clareios que acheguem madeira e biomasa).
C.- A dinámica produtiva actual, ou melhor dito o modelo produtivo capitalista do sector primário destrói a biodiversidade tanto em terra coma no mar e um exemplo som os milheiros de espécies que desaparecerám em pouco tempo de nom pôr-lhe freio ou que ficarám reduzidos a exíguas reservas onde a endogamia rematará igualmente com elas.
Amais, a deforestaçom e a queima de terras e selva libera toneladas de CO2 à atmosfera e reduze a capacidade da Terra de absorvê-lo, polo que é dobremente contaminante. No entanto, o neoliberalismo oculta os terríveis efeitos do modelo actual e tenta disfarçá-lo co controlo dos grandes mass meia, coa desinformaçom (nom hai pior mentira que umha meia verdade) e soluçons falaces que actuam de propaganda, eufemismos de assassinato meio-ambiental e de genocídio.
1.3.- As soluçons falaces do capitalismo à crise ecológica mundial
A.- O biodiesel6
O biodiesel e qualquer outro agro-combustível como dam em chamar-lhes Lula da Silva & CIA, nunca melhor dito, já som de entrada rejeitáveis polos milheiros de mortos que produzem. Nom hai consciência nem moral sá que poda apoiar que se cevem carros, barcos e avions mentres a gente morre transida.
Existem, no entanto, razons ecológicas e já nom apenas humanitárias7. As grandes multinacionais e os terratenentes deforestam, fumigam e arrasam milhons de hectáreas para o monocultivo da canha de açúcar, soja, milho, etc. à vez que os pequenos proprietários som expulsos e obrigados a queimar a selva e destruí-la para sobreviver inçando o problema e carregando coa culpa, que sempre é para o mais débil.
Por outra banda, a reduçom de gases de efeito estufa é duvidosa e cos gastos energéticos de CO2 que produze a sua transformaçom, processo, transporte e cultivo umha tomadura de pelo em que nem eles acreditam. O biodiesel é o garante do neocolonialismo (os países pobres produzem a matéria prima, as multinacionais dos ricos fam biodiesel) e à vez o novo método de controlo das fontes energéticas (primeira revoluçom industrial carvom, segunda electricidade e petróleo, agora biodiesel...) por parte dos centros do imperialismo, posto que o hidrogeno e as energias renováveis nom garantem de igual maneira essa primazia, ameaçando as prerrogativas dos abastados burgueses de EUA, UE, Rússia e Japom.
Por último, o biodiesel nom deixa se ser «diesel», ou seja, «umhas gotinhas na mesma gasolina de sempre»8.
B.- O protocolo de Kioto
O protocolo de Kioto é o ponto mais álgido, o faiado da grande mentira do neoliberalismo. Primeiramente, porque a reduçom que planeia nom se executa e, logo, porque todos os indicadores mostram que é insuficiente e, portanto, só retrassaria o colapso, o caos, “x” tempo.
Contodo, hai outra face de Kioto da que o imperialismo se guarda moito de falar. Kioto é o máximo justificante do já denominado «comércio do carbono», a enésima após as das sementes, a da auga9, as dos combustíveis fósseis...
Mas, que é oque significa a “privatizaçom do carbono? Simplificando, trata-se de dar quota, como a láctea, às multinacionais para que contaminem com licenças e os papéis em regra; todo outorgado polos governos, quer dizer, o capital merca direitos para contaminar enquanto os estados paga as conseqüências e mentres o proletariado mantém aos estados com sançons que paga por um carro que libera moito CO2 ou por passar-se coa luz...10
Aliás, as legislaçons variarám dum a outro estado o qual conduzirá a novas deslocalizaçons de factorias, co conseguinte incremento do desemprego e da precaridade laboral no Norte da exploraçom e dos riscos laborais e sanitários no Sul, à vez que se poderá sancionar aos países pobres por «sobre-taxa», umha refinada fórmula de perpetuar a dívida externa e o neocolonialismo... Hai mais linces ca os de Donhana.
C.- Trangénicos
Se alguém acredita nas sementes e organismos mudados geneticamente aguardamos que com estas linhas troque de ideia. Nom podem resolver a crise alimentar porque reforçam a estrutura explorador-explorado ao pertencer as patentes ao chamado 1º mundo e às suas grandes companhias, fazendo negócio co direito a produzir e a viver de meia humanidade e obrigando-os coa salvage lógica capitalista da “livre” competência e o livre mercado a mercá-las ou fechar. Hai umha outra alternativa: morrer de fame.
Moitos destes cultivos destinam-se para a produçom de agro-combustíveis e a celulosa (mais CO2 coas talas massivas) semelha que capitalizará a segunda geraçom de agro-combustíveis em detrimento do açúcar das plantas (agá a canha seguramente).
1.4.- Conclusom
A máxima «socialismo ou caos» é mais certa e topa-se mais perto do segundo polo hoje ca onte e menos do que manhá. Por isso, as loitas ecologistas nom podem correr por vieiros opostos às loitas sócio-políticas e um modelo sustentável tem que passar necessariamente por umha outra forma de organizaçom da propriedade, dos meios de produçom e dos processos produtivos.
Assí pois, infelizmente, nom podemos já acreditar em trocos e cataplasmas desenhadas polo poder, parches mais ou menos eficazes, menos do que mais, que apenas retrassam o, a este passo, inevitável. O futuro do globo e da espécie exige umha revoluçom e mudanças radicais e aqui todos temos a ver... Terra a nossa! NÓS SÓS!
Antom Fente Parada; Chantada, 6 de Agosto de 2008.
1Proximamente aparecerá traduzido para o galego em http://chantadanova.blogspot.com/ um artigo de Gil de San Vicente intitulado “FARC-EP e o nosso futuro” em que apresenta estas dicotomias com maior detalhe e que podedes consultar já na sua versom espanhola em http://www.lahaine.org/
2Ainda é duvidoso como é que se poderám aproveitar estas regions e se será sustentável e rendível a sua exploraçom.
3UNITERRE é umha organizaçom de labregos suíços.
4 Ponhamos um outro exemplo aplicável para o nosso mercado nacional e que revela a necedade da lógica capitalista e o colonialismo interior que sofre Galiza de maos do imperialismo, ora espanhol, ora europeu. Madrid sanciona os nossos labregos e conjuntamente com Bruxelas incita-os a fechar as exploraçons, co impacto económico que isso tem ao depender do mercado francês cumha agricultura intensiva e industrial altamente contaminante.
O abandono produze despovoamento e inça as necessidades de importar leite do Estado espanhol à vez que dinamita um sector produtivo da nossa naçom. O despovoamento dá em territórios sem gerir que fornecem combustível para os incêndios cum impacto duplo: ambiental (CO2, erosom, etc.) e económico (extinçom, prevençom, reforestaçom, etc.) que afoga os orçamentos e a inversom em fins sociais.
A destruiçom do território, o empobrecimento e a exploraçom exagerada e intensiva dos nossos recursos naturais para exportar por enquanto pagamos o mesmo pola luz que qualquer outro território tem sérios impactos económicos, ambientais e sociais até para Galiza. Se FENOSA e todos os que vivem das presas, encoros, eólicos e demais família instalados na Galiza cotizassem aqui, pagassem os impactos ambientais devidamente e houvera umha factura social... quem é que seria o que passaria fundos de suficiência a quem? Já nem digamos se a energia se nacionalizasse.
A permanência na UE dos estados e o mercado torna impossível que os nossos gandeiros podam competir em custos de produçom e em preços com franceses e alemáns, já só começando polas hectáreas por cabeça de gando que obrigam a importar toneladas de forrages e pensos aos nossos gandeiros e a sobre-explorar o solo com xurro e fertilizantes químicos, nom permitindo o pastoreio extensivo, algo que nem o BANTEGAL pode paliar.
Por último, as galegas e galegos hipotecados coa banca espanhola por comprar quota topam-se que a UE as vai retirar sem que tenham nem as instalaçons nem a maquinária que é exigida para competir com qualquer das macro-exploraçons europeias que completárom a revoluçom industrial no agro quando Galiza ainda andava no pré-capitalismo, os carros tirados por bois e as disputas por estremas, regas e passages...
5Noutrora, nos terreos onde se botava o pam sementavam-se tojos para nitrogenar a terra (cavando e queimando-os nas estivadas). Nas ribeiras do Minho hai quem ainda abona enterrando tojos na vinha.
6Neste mesmo blogue adiquei umha outra reflexom em que trato mais pormenorizadamente a falácia do biodiesel, intitulado “Ecologismo, biodiesel e soberania alimentar”.
7Ainda que a situaçom do planeta fai razom humanitária qualquer razom ecológica.
8Vid. nota 6.
9Em Bolívia chegárom a privatizar a auga caída do céu.
10Medidas em todo caso necessárias igualmente ainda que como se vê hipócritas e insultantes para qualquer cérebro minimamente desenvolvido.
A dicotomia «comunismo ou caos» tem sido formulada em numerosos artigos por Iñaki Gil de San Vicente, como evoluçom da máxima «comunismo ou barbárie» que formulara Rosa Luxemburgo na primeira metade do século XX. Certamente, os processos de produçom do imperialismo estám levando ao planeta ao colapso e a destruiçom do meio ambiente e da espécie humana até1.
O aquecimento do planeta mostra-nos às claras o fracasso do actual modelo de desenvolvimento totalmente dependente dos combustíveis fósseis, a sobre-produçom e o livre comércio. Portanto, urge que se produzam transformaçons radicais que apostem polo desenvolvimento sustentável e a soberania alimentar, o qual exige um novo modelo económico, social e, daquela, político, quer dizer que só um modelo alternativo ao neoliberalismo, socialista pois em maior ou menor grau, pode levar a cabo estas transformaçons.
1.2.- A necessidade dum outro modelo de agricultura
Cos ritmos e processos actuais de exploraçom agrária já hai estudos que advertem que a produçom cairá entre 3 e 16% para o ano 2080 e o declive da agricultura atingirá níveis de 50% em Senegal e 40% na Índia coa conseguinte catástrofe alimentar, a sobre-exploraçom, e a aceleraçom da erosom e a desertificaçom. E todo isto quando se tem em conta que enormes espaços de Rússia e Canadá se poderám cultivar por primeira vez desde que a maioria da humanidade, que nom toda ainda, é sedentária2.
O modelo actual de agricultura procura a máxima produçom seguindo a lógica capitalista sem perguntar-se que custos pode isso ter a curto, meio e longo prazo para a humanidade: guerras, camponeses sem terra, fames, gases de efeito estufa, aquecimento global, catástrofes naturais, destruiçom do solo e das florestas, monocultivo intensivo, abuso de fertilizantes e produtos químicos, desertificaçom... Daquela, o planeta é lançado ao borde do colapso ea humanidade ao maior genocídio através da guerra da auga e da alimentaçom, sem grandes homenages para as vítimas do holocausto do século XXI e sem nengum Adolf Hitler sobre do que botar todas as culpas. Aqui todos e todas somos culpáveis em maior ou menor medida, especialmente a alta burguesia que mantém a sangue e fogo o sistema neoliberal sustentador dos seus privilégios.
O modelo agrário requere umha revoluçom que só pode vir da mao dumha outra social, política e económica, portanto, trocando a forma de produzir, transformar, comerciar e consumir alimentos. Entom, é de mortal necessidade umha agricultura sustentável a pequena escala e o consumo local de alimentos.
Isto exige, quando menos, várias medidas que cubram várias frentes e fases:
A.- Primar os mercados locais e nacionais e garantir a soberania alimentar de todos os povos, ou seja, melhorar a vida a nível mundial desde a valorizaçom do próprio e o seu consumo. Segundo a UNITERRE3 um quilo de aspáragos produzidos na Suíça tem um custo de 0'8 litros até chegar ao consumidor, enquanto os que chegam de México (dos grandes monocultivos das multinacionais) consomem por cada quilo 5 litros de petróleo via aérea.
Daquela, os mercados locais reduziriam o CO2, mas nom apenas reduzindo as distáncias. Os monocultivos, na Galiza o eucalipto é um bom exemplo nalgumhas zonas, está destruindo os processos naturais do solo e os pesticidas e fertilizantes traem consigo umha acelerada erosom do chao e para além dos riscos sanitários liberam NO2 (oxido nitroso) um gás de efeito estufa, que incide junto ao CO2 entre outros no aquecimento global e a destruiçom da capa de ozono4.
B.- A isto hai que somar os processos da agricultura industrial libertadores de CO2 (tractores, avionetas, plásticos, queimas de superfície arbórea...) que se poderiam frenar cumha agricultura sustentável a pequena escala, com trabalho intensivo e produçom extensiva de vacas e ovelhas (todo o contrário da tendência actual na Galiza a enclaustrar os animais e importar forrages), que trairia consigo o auto-abastecimento das unidades de produçom co cultivo de proteaginosas que capturem o nitrogénio do ar e o CO2 ao respeitar os ciclos naturais da terra5. Aliás, pode-se produzir biogás e compostage (sempre e quando se garanta a suficiente matéria orgánica no solo para a geraçom de húmus) e complementar os ingressos com outras actividades de carácter complementar como umha eficaz gestom dos montes comunais na Galiza (com limpas e clareios que acheguem madeira e biomasa).
C.- A dinámica produtiva actual, ou melhor dito o modelo produtivo capitalista do sector primário destrói a biodiversidade tanto em terra coma no mar e um exemplo som os milheiros de espécies que desaparecerám em pouco tempo de nom pôr-lhe freio ou que ficarám reduzidos a exíguas reservas onde a endogamia rematará igualmente com elas.
Amais, a deforestaçom e a queima de terras e selva libera toneladas de CO2 à atmosfera e reduze a capacidade da Terra de absorvê-lo, polo que é dobremente contaminante. No entanto, o neoliberalismo oculta os terríveis efeitos do modelo actual e tenta disfarçá-lo co controlo dos grandes mass meia, coa desinformaçom (nom hai pior mentira que umha meia verdade) e soluçons falaces que actuam de propaganda, eufemismos de assassinato meio-ambiental e de genocídio.
1.3.- As soluçons falaces do capitalismo à crise ecológica mundial
A.- O biodiesel6
O biodiesel e qualquer outro agro-combustível como dam em chamar-lhes Lula da Silva & CIA, nunca melhor dito, já som de entrada rejeitáveis polos milheiros de mortos que produzem. Nom hai consciência nem moral sá que poda apoiar que se cevem carros, barcos e avions mentres a gente morre transida.
Existem, no entanto, razons ecológicas e já nom apenas humanitárias7. As grandes multinacionais e os terratenentes deforestam, fumigam e arrasam milhons de hectáreas para o monocultivo da canha de açúcar, soja, milho, etc. à vez que os pequenos proprietários som expulsos e obrigados a queimar a selva e destruí-la para sobreviver inçando o problema e carregando coa culpa, que sempre é para o mais débil.
Por outra banda, a reduçom de gases de efeito estufa é duvidosa e cos gastos energéticos de CO2 que produze a sua transformaçom, processo, transporte e cultivo umha tomadura de pelo em que nem eles acreditam. O biodiesel é o garante do neocolonialismo (os países pobres produzem a matéria prima, as multinacionais dos ricos fam biodiesel) e à vez o novo método de controlo das fontes energéticas (primeira revoluçom industrial carvom, segunda electricidade e petróleo, agora biodiesel...) por parte dos centros do imperialismo, posto que o hidrogeno e as energias renováveis nom garantem de igual maneira essa primazia, ameaçando as prerrogativas dos abastados burgueses de EUA, UE, Rússia e Japom.
Por último, o biodiesel nom deixa se ser «diesel», ou seja, «umhas gotinhas na mesma gasolina de sempre»8.
B.- O protocolo de Kioto
O protocolo de Kioto é o ponto mais álgido, o faiado da grande mentira do neoliberalismo. Primeiramente, porque a reduçom que planeia nom se executa e, logo, porque todos os indicadores mostram que é insuficiente e, portanto, só retrassaria o colapso, o caos, “x” tempo.
Contodo, hai outra face de Kioto da que o imperialismo se guarda moito de falar. Kioto é o máximo justificante do já denominado «comércio do carbono», a enésima após as das sementes, a da auga9, as dos combustíveis fósseis...
Mas, que é oque significa a “privatizaçom do carbono? Simplificando, trata-se de dar quota, como a láctea, às multinacionais para que contaminem com licenças e os papéis em regra; todo outorgado polos governos, quer dizer, o capital merca direitos para contaminar enquanto os estados paga as conseqüências e mentres o proletariado mantém aos estados com sançons que paga por um carro que libera moito CO2 ou por passar-se coa luz...10
Aliás, as legislaçons variarám dum a outro estado o qual conduzirá a novas deslocalizaçons de factorias, co conseguinte incremento do desemprego e da precaridade laboral no Norte da exploraçom e dos riscos laborais e sanitários no Sul, à vez que se poderá sancionar aos países pobres por «sobre-taxa», umha refinada fórmula de perpetuar a dívida externa e o neocolonialismo... Hai mais linces ca os de Donhana.
C.- Trangénicos
Se alguém acredita nas sementes e organismos mudados geneticamente aguardamos que com estas linhas troque de ideia. Nom podem resolver a crise alimentar porque reforçam a estrutura explorador-explorado ao pertencer as patentes ao chamado 1º mundo e às suas grandes companhias, fazendo negócio co direito a produzir e a viver de meia humanidade e obrigando-os coa salvage lógica capitalista da “livre” competência e o livre mercado a mercá-las ou fechar. Hai umha outra alternativa: morrer de fame.
Moitos destes cultivos destinam-se para a produçom de agro-combustíveis e a celulosa (mais CO2 coas talas massivas) semelha que capitalizará a segunda geraçom de agro-combustíveis em detrimento do açúcar das plantas (agá a canha seguramente).
1.4.- Conclusom
A máxima «socialismo ou caos» é mais certa e topa-se mais perto do segundo polo hoje ca onte e menos do que manhá. Por isso, as loitas ecologistas nom podem correr por vieiros opostos às loitas sócio-políticas e um modelo sustentável tem que passar necessariamente por umha outra forma de organizaçom da propriedade, dos meios de produçom e dos processos produtivos.
Assí pois, infelizmente, nom podemos já acreditar em trocos e cataplasmas desenhadas polo poder, parches mais ou menos eficazes, menos do que mais, que apenas retrassam o, a este passo, inevitável. O futuro do globo e da espécie exige umha revoluçom e mudanças radicais e aqui todos temos a ver... Terra a nossa! NÓS SÓS!
Antom Fente Parada; Chantada, 6 de Agosto de 2008.
1Proximamente aparecerá traduzido para o galego em http://chantadanova.blogspot.com/ um artigo de Gil de San Vicente intitulado “FARC-EP e o nosso futuro” em que apresenta estas dicotomias com maior detalhe e que podedes consultar já na sua versom espanhola em http://www.lahaine.org/
2Ainda é duvidoso como é que se poderám aproveitar estas regions e se será sustentável e rendível a sua exploraçom.
3UNITERRE é umha organizaçom de labregos suíços.
4 Ponhamos um outro exemplo aplicável para o nosso mercado nacional e que revela a necedade da lógica capitalista e o colonialismo interior que sofre Galiza de maos do imperialismo, ora espanhol, ora europeu. Madrid sanciona os nossos labregos e conjuntamente com Bruxelas incita-os a fechar as exploraçons, co impacto económico que isso tem ao depender do mercado francês cumha agricultura intensiva e industrial altamente contaminante.
O abandono produze despovoamento e inça as necessidades de importar leite do Estado espanhol à vez que dinamita um sector produtivo da nossa naçom. O despovoamento dá em territórios sem gerir que fornecem combustível para os incêndios cum impacto duplo: ambiental (CO2, erosom, etc.) e económico (extinçom, prevençom, reforestaçom, etc.) que afoga os orçamentos e a inversom em fins sociais.
A destruiçom do território, o empobrecimento e a exploraçom exagerada e intensiva dos nossos recursos naturais para exportar por enquanto pagamos o mesmo pola luz que qualquer outro território tem sérios impactos económicos, ambientais e sociais até para Galiza. Se FENOSA e todos os que vivem das presas, encoros, eólicos e demais família instalados na Galiza cotizassem aqui, pagassem os impactos ambientais devidamente e houvera umha factura social... quem é que seria o que passaria fundos de suficiência a quem? Já nem digamos se a energia se nacionalizasse.
A permanência na UE dos estados e o mercado torna impossível que os nossos gandeiros podam competir em custos de produçom e em preços com franceses e alemáns, já só começando polas hectáreas por cabeça de gando que obrigam a importar toneladas de forrages e pensos aos nossos gandeiros e a sobre-explorar o solo com xurro e fertilizantes químicos, nom permitindo o pastoreio extensivo, algo que nem o BANTEGAL pode paliar.
Por último, as galegas e galegos hipotecados coa banca espanhola por comprar quota topam-se que a UE as vai retirar sem que tenham nem as instalaçons nem a maquinária que é exigida para competir com qualquer das macro-exploraçons europeias que completárom a revoluçom industrial no agro quando Galiza ainda andava no pré-capitalismo, os carros tirados por bois e as disputas por estremas, regas e passages...
5Noutrora, nos terreos onde se botava o pam sementavam-se tojos para nitrogenar a terra (cavando e queimando-os nas estivadas). Nas ribeiras do Minho hai quem ainda abona enterrando tojos na vinha.
6Neste mesmo blogue adiquei umha outra reflexom em que trato mais pormenorizadamente a falácia do biodiesel, intitulado “Ecologismo, biodiesel e soberania alimentar”.
7Ainda que a situaçom do planeta fai razom humanitária qualquer razom ecológica.
8Vid. nota 6.
9Em Bolívia chegárom a privatizar a auga caída do céu.
10Medidas em todo caso necessárias igualmente ainda que como se vê hipócritas e insultantes para qualquer cérebro minimamente desenvolvido.
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