A dignidade tem muitas formas de ser expressada, mas é sempre a nobreza de coraçons bons e generosos. A dignidade foi no seu dia um sapato petando num parlamento de cartom. Foi a utopia da Comuna de Paris, a luita dos zapatistas, a dos camponeses sem terra do Brasil, a dos mineiros na guerra do gas de Bolívia, etc.
Tamém Outeiro Pedraio se erguera numha conferencia em que os falangista cantavam o "cara el sol". Calou o chapeu, meteu as maos nos petos e saiu no mais valetente e digno dos gestos. A dignidade nos petos. Hoje a dignidade ia em protestos. Em protestos de trabalhadoras e trabalhadores que de sol a sol labouram a reo para poder sobreviver, para que os seus tenham o melhor, e um filho de trabalhadores do agro nom pudo mais que sorrir ao ver seiscentos tractores ateigando as ruas compostelanas e sabendo que em Chantada tamém era secundada a acçom do Sindicato Labrego Galego (SLG). Do rural volve essa dignidade nunca apagada após séculos batendo em nós com trabucos, foros, loitosas... ou com umha regra batendo nas unlhas por falar a "língua proletária do meu povo"; e, sobretodo, malhárom-nos com a calamidade da emigraçom.
A este povo golpeado de dia para dia polos que nom vem mais ca as suas medras em Madrid e em Bruselas ainda lhe restam folgos e dignidade, umha dignidade ancestral e secular que se manifesta ciclicamente: o metal, a educaçom com o infame desleixo ao galego, o naval, a cultura ameaçada e a RTVG convertida em deus sabe que... e o agro, sempre o agro, máxima expressom do etnocídio que alguns querem perpretar para com a Galiza, velha ferida sangrante e inconfundível manifestaçom das "delícias" do macabro livre mercado da Europa dos estados. "Antes moro que gallego" dizia o Lope de Vega, será polo bem que sempre nos tratárom os de fora; "pobre Galiza, nunca deveras chamar-te espanhola" refungava a nossa Rosalia de Castro, chama viva dos laios dum povo ferido, mas nom afundido que erguera em Carral as suas primeiras vozes do ressurgir.
Alguns querem que sejamos sempre colónia, desmantelar os nossos tezidos produtivos e usurpar o nosso ar, os nossos rios e montes, a costa, a flora e a fauna... mas a dignidade quando prende nos coraçons é um facho que sobranceia além da morralha e dos que só desejam ascender coma o dom Celidónio de Vicente Risco: "de porco a marrao, e a parenta inchou o fol". "Ti dis que Galiza é bem pequena, eu digo-che que Galiza é um mundo", avante com a luita gandeira até acadar um preço mínimo por cima dos 40 céntimos; e que dumha vez os sindicatos respondam ao que os trabalhadores necessitam: a greve geral.
1 comentário:
Hoje tudos os filhos de labregos sentimos algo especial aqui em compostela e suponho que também em tudos os recantos do país. Sentimos a faisca do lume nos curutos de celso emilio, o valor de Rosalia no seu tempo ao dizer aquelo de que a galiza nom deve chamar-se espanhola(quizais despois dela mui poucos tiverom tanto valor pois ela foi a máis grande d@s patriot@s galeg@s)...
Dizia Castelao escrevendo em Nova iorque aquelo de que qualquer dos seus vizinhos de janela ou de hotel nom saberia que ao seu lado se atopava um galego e que nim sospeitariam onde estava essa pátria que el tanto amou, hoje pode que passe um pouco o mesmo e que o nosso ruido nom chegue muito máis alá das nossas fronteiras mas o nosso amor a terra é hoje como o daquel irmao maior.
Avante! Nós somos o futuro!
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