Nada tinha que oferecer o PP ao debate para além da mitologia económica da sua austeridade. As intervençons da tarde fôrom difíceis de digerir para o PP que tivérom que recorrer a argumentos falaciosos os desqualificaçons para poder sobrepor-se no debate. No balanço final semelha que Aymerich se erigiu como vencedor, máxime quando com argumentos desmontou a Galiza de fantasia que apresentou Feijoo no Parlamentinho após uma ano perdido.
Nom estaria de mais começar lembrando que esta crise nem é apenas financeira nem muito menos a imos resolver entre todos como os grandes beneficiados da especulaçom pretendem. Os resgates bancários em todo Ocidente chegárom até os 25 bilhons de €, umha cifra tam astronómica da que a classe operária nom pode nem fazer-se umha remota ideia. No Estado espanhol a cifra alcanço a nada desdenhável quantidade de 150.000 milhons de € o que traduzido numha verdadeira socializaçom (e nom essa contumaz socializaçom das perdas de que alguns falam) suporia um dividendo de 1.500€ por pessoa que tivera 20 anos cotizados.
Os dados oferecidos por Aymerich no debate do estado da naçom nom oferecem muito marge de dúvidas enquanto a análise da situaçom. A grandiloquente promessa, e demagógica como todas as da direita, do PP de criar 43.000 novos empregos é um espelhismo. Em Março de 2010 do único que podemos falar é de 30.000 parados mais e umha suba dos ERE’S do 120%. Som já 49.000 as famílias que tenhem a todos os seus membros no paro e isto com 100% das políticas de emprego transferidas. -1.500 empregos em marisqueio e pesca, enquanto 2000 embarcaçons da frota artesanal e de baixura aguardam por umha licença e fica pendente a renovaçom desta flota pesqueira com mais de 30 anos no caso de muitas embarcaçons. -1200 empregos em SEAGA, empresa com a que nom se sabe que fazer quando se aproxima umha Primavera com risco de incêndio e quando a política preventiva foi igual a cero para volver fazer da indústria do lume a principal do país junto à deputaçom de Ourense. O sector forestal terá que aguardar tamém. -1040 exploraçons gadeiras no sector agrário em tam só ano, u-lo plano estratégico para o leite? A resposta segue estando no ar, como no cantar rebelde. Já o enunciava fai uns dias:
«Desde o 1 de Março os aos firmes defensores do ultraliberalismo atendem a res pública. O 25 de Setembro de 2009 a nova Junta anunciou que ia destinar 400 milhons de euros para a banca com o objecto de que esta concedera créditos as empresas (apenas as grandes que oferecem garantias à banca por descontado). A medida foi bem acolhida polos empresários e La Voz. Ao povo dixérom-lhe que isso era bom e mais umha vez acreditou porque seica gera postos de trabalho, que falha fam em vendo um novo ERE cada dia.
(...)
Gerar emprego. Grande mito ultraliberal que é o criador óptimo do paro. O ultraliberalismo ou anarcocapitalismo é umha destruiçom criativa. Cria seis empregos e desfai cem. As 13.000 exploraçons gadeiras que sobrevivem, nunca melhor empregado o verbo, na Galiza traduzem-se em 26.000 postos de trabalho. Para este emprego a nova Junta destina só 20 milhons de euros em ajudas directas, numha inconcevível proporcionalidade. Já se sabe, mao aberta para o que tem e receitas de austeridade para o moribundo. Que cachondos! O leite volveu a descer até 11 céntimos em Setembro e o SLG decidiu regar as leiras com el. Os 20 milhons de Feijoo sabem a pouco tendo em conta que as perdas dos sector nos últimos meses de 2009 superárom os 78 milhons de euros»[1].
Por certo, nom foi o BNG, mas o Manuel Vasques do PSOE o que lhe lembrou ao presidente da Junta o potencial do Banco de Terras que ao PP nom lhe interessa, mas que Euzkadi ou Croácia copiárom de nós. Claro que a eles irá-lhes melhor em nom vivendo na autoanémia. Fala com descaro de um pacto contra o despovoamento, mas foi o PP quem enjeitou o Plano de equilíbrio territorial. Porque nom opta por recolher a iniciativa do Banco de Terras garantindo o seu carácter público e reforçando as suas competências e ritmo de implantaçom junto ajudas directas para a criaçom dum grupo lácteo galego PÚBLICO e complementos para os gandeiro em formas de subvençons pola conservaçom do meio natural e a sua contribuiçom a prevençom de incendios? Claro, ao melhor nom lhes dá votos.
Porque cumpre afundar com urgência no autogoverno algo que faria um bom galeguista, mas nom um “galeguista de salom” coma vocês que atacam a língua da Galiza. Claro que para eles o marco competência fica-lhes inorme e assassinam a autonomia por inaniçom até fazer dela autoanémia. E ainda falam de galeguismo de salom... se Castelao levantara a cabeça e ouvira a Alba de Glória em “hespañol”... Nom lhes vou lembrar aquela cançom de Luís Cília que lhe recomendava o Beiras aos seus, vou-lhe recomendar outra passage do Beiras na sessom de investidura do 31-1-1990, essa sessom de investura que Feijoo vai repetir umha e outra vez durante quatro anos:
«Rosalía chamara “verdadeira xente do traballo do noso país”, e que, dende ela en diante, foron a razón de ser socialment exenuína de cantos nacionalistas houbo neste país até hoxe, incluído o Alfredo Brañas do que vostede tenta apropriarse ideoloxicamente, de xeito tan improprio como inútil. Esa sua xenealoxía vén dende as minorías reaccionaria que reprimiron e perseguiron aos ilustrados e afrancesados galegos despois das guerras napoleónicas baixo o derradeio absolutismo fernandino, pasando polos que convertiron en mártires aos de Carral no 1846, polos depuados cuneiros da primeira restauración borbónica, polos deputados cuneiros da primeira restauración borbónica, polos foristas contra os que loitaban os agrarios e as Irmandades da Fala, as pauliñas e os caciques satirizados ou, millor dito, retratados por Castelao, logo reproducidos como choupíns e pan de cobra na fría humidade da longa invernía franquista, e verquidos en moldes neocaciquís de novo cuño aínda arestora».
A isto poderiamos acrescentar a destruiçom do modelo enérgico planejado pola anterior Junta. Galiza nom chegará representar mais de 2’5% da energia renovável do Estado e já fica por trás de Castela-Leom mercede a sua “involuçom” no modelo eólico. Pola contra, inça sem contrapartida a Galiza de mais minicentrais para rematar de esquilmar os nossos recursos hidrográficos e a nossa fauna. Ao tempo reduce em 8 pontos o orçamento para Investigaçom e Desenvolvimento (I+D) agravando a situaçom económica das universidades. Dinamarca, onte para o agro e hoje para o eólico modelo em que espelhar-se fica a anos-luz porque lá som estado, aqui “cuatro provincias y un virrey”.
Ao tempo que esfarela as energias alternativas e as marges de benefício para o povo galego aposta tamém decididamente polo meio ambiênte. Abrem a Rede Natura a repovoaçom com espécies foráneas, a parques eólicos às toas e a aquicultura em Tourinhám, feito que denunciará na UE a eurodeputada do BNG Ana Miranda. Aliás, aposta por pôr fim à proibiçom de contruir na costa e a Lei de Ordenaçom do Território “ni está ni se le espera” e quando finalmente chegue pouco haverá que ordenar já, eis a sua Lei do Solo e eis os seus desfalcos meio ambientais e a sua titánica aposta polos gandeiros galegos. Passará à história por ser o governo sem concelharia de Meio Ambiente, ao menos neste eido agradece-se tam manifesta declaraçom de intençons. Nem lhe importa o Plano de impacto ambiental, nem o Plano do sector Hidroeléctrico nem o Plano contra o cámbio climático.
No entanto, parece nom importar-lhes que 500 concelhos contem com menos de 5.000 habitantes e até 100 com menos de 1.000 habitantes. Sem umha reforma da administraçom local, pola que este governo que vive do clientelismo nom vai pular, como é que esses concelhos poderám evitar o despovoamento e já nem isso, apenas oferecer os serviços básicos aos seus cidadaos? 1.700 lugares na Galiza já contam tam só com um vizinho, olhermos para outro lado.
Porém, ainda vai mais alá. O PP conseguiu o que se cria que era imposível. Em pleno ano Jacobeu, entregue a gestom contra natura a empresas madrilenas, a afluência turística desce na Galiza em favor doutras CC.AA do Estado espanhol. As pernoctaçons descérom em Janeiro de 2010 (-6%) a respeito de 2009 e isso que é ano Jacobeu. Isso que o PP aposta pola vivenda, eis o fim do programa “Vivenda em aluguer”.
Defendem as caixas galegas em Compostela e atentam contra a sua galeguidade em Madrid esquecendo-se de levar adiante o recurso contra o FROB e relegando da orde de prioridades o estatuto porque assi o marcou com a sua vatuta o Rajoy. Todo más claro, como naquel romance castelhano. Todo mais claro para as galegas e os galegos. A sua relaçom com o Estado espanhol já pode dar-lhe umha boa carreira em Madrid, a contrário só se poderia achacar a incopetência do nosso presidente Habichuelas. Nem financiamento autonómico, a lei de caixas nom lhe serve para nada mas do que para a galeria, como senom se explica a sua negativa a apresentar um recurso contra o FROB? As novas competências “ni están ni se les espera”.
Porque os três grupos da cámara nom apoiam a criaçom dumhas caixas que sejam tal, cento por cento públicas para pôr em marcha um banco de crédito PÚBLICO para dar-lhe liquided a gandeiros e autónomos? Nom é melhor assi, botar-lhes o adibal ao pescoço.
A cifra de parados actual eleva-se até os 234.000, nunca tantos houvera na história na autonomia, nem sequera quando sobordava 30% da populaçom assalariada e quando Fraga nos dizia que o sector ganeiro estava “sobredimensionado”. U-los quarenta dias para rematar com a “crisi”? Muito a contrário o que observamos foi que os empregos em licitaçom pública descérom em 16.000 e que equanto as cámaras municipais investem 643 milhons de € e o governo central 1.500 milhons a Junta da pseudo-austeridade fica numha cifra comparativamente irrisória: 537 milhons de €. Serám recordados pola sua “austeridade de salom”, pola mediocridade dos seus concelheiros disfarçados com globos em “Desván de los monjes y Toro” e nega-se a comprovar quais som as conseqüências do ultraliberalismo para a Galiza. Tamém o PSOE o fai quando acredita no plus de resistência de 6 pontos para Galiza, hoje perdido. Nom hai tal plus, o que somos é periferia próxima e as crises manifestam-se em toda a sua dimensom com retardo, mas chegam para ficar per secula seculorum graças aos despropósitos da política económica do proximamente partido impopular
A política impestiva da direita ultraliberal nom é melhor no eido da Sanidade, nem nos serviços socias, nem no da educaçom e o panorama para a língua e a cultura é preto. Aqui nom hai governo como o expressou Beiras, aqui existe apenas umha brigada de demoliçom e limpeça étnica. Claro que em La Voz de Galicia seguirám dizendo que Feijoo ganhou o debate, ninguém morde a mao que lhe dá de comer, é-che bem certo.
Qual é a situaçom da sanidade que Feijoo na sua campanha ia revolucionar? Revolucionou si, mas nom rebaixando a listage de espera, mas assentando os piares da privatizaçom e a ruína da sanidade pública inçando os custos reais dos novos hospitais até quatro vezes e com piores serviços. Todo para rematá-los antes. Já tem presas de inaugurar qualquer alpendre como fazia o senhor Fraga. Inauguraçons e fotos, como para estar fachendoso com a privatizaçom do hospital de Bos Aires, 37 milhons de € para umha empresa amiga.
100 especialistas a menos, eis umha das conseqüências das acçons estelares de Pilar Farjas. Para fazer umha mamografia hai que aguardar 14 dias mais, para umha ecografia 36 e 56 para umha endoscópia digestiva. Por sua vez, os hospitais de Vigo e Ponte Vedra entregam-se a empresa privada e o panorama nom é melhor noutros como o de Monforte onde os despidementos e a desmantelaçom da sanidade pública se encobrem com o eufemismo de “externalizaçom de serviços” a vez que o orçamento para sanidade se reduze em 38 milhons de €, a primeira que desce na história da autoanémia galega. Austeridade para o povo e maos-dadas para os ricaços.
Na leira educativa a gratuidade dos livros de texto passou à história enquanto se inçam as ajudas à concertada e aos centros que segregam por sexo. Fôrom 54.000 alunos os que tivérom que pagar os livros de texto e o modelo universal volta os olhos para um modelo de beneficiência que era o que campava por estes lares hai quarenta anos. Jesús Vasques luciu-se.
Para os centros públicos 25 milhons de € menos. Na educaçom superior, a reconversom industrial aplicada ao ensino denominada Plano Bolonha está-se implantando nas piores condiçons possíveis e as três universidades do país contarám com um 2’5% menos de orçamento. U-lo plano de financiamento para as universidades 2009-2015? “Ni está ni se le espera”. As Galescolas substituírom-se polo título dumha obra de Carlos Casares porque o que é o número de vagas para crianças desceu e Feijoo prometera inçá-lo. O programa de canguros do governo anterior tamém é já auga-de-bacalhau.
E que dizer da política social? 35 centros-de-dia ficam fechados enquanto se chantageia às cámaras municiapis para privatizar os serviços e o mesmo conto para as residências de Vimianço, Monforte de Lemos e Ourense. O que si se apurárom é a declarar o fraude de lei no contrado das 61 trabalhadoras que despedírom do Consórcio Galego de Igualdade e Bem-estar. Os dependentes tenhem muitos deles a prestaçom reconhecida, mas nom som atentidos e só hai 8.000 coidadores dados de alta na Seguridade Social, cobrando os dependentes tarde a sua prestaçom quando no governo anteriro cobravam antes do dia 10. Dos 53.478 dependentes da Galiza som 22.000 as que nom recebem a pestaçom a que tenhem direito. O programa “Jantar na casa” cai agora em grande parte sobre as cámaras municipais como acontece em Chantada, ainda bom que Susana Lopes Abelha é umha flamante e vaidosa secretária de família e bem-estar.
As mulheres deste país seguro que agredeciam mais o fortalecimento da Lei integral contra a violência de género do que o show dos conselheiros com o escárnio e maldizer dos globos o 8 de Março. As vítimas do terrorismo machista levam mais dum ano sem cobrar o salário de liberdade e 50 ficárom sem atender polo despedimento de trabalhadoras em Bem-estar. Fraude de lei, senhor Feijoo, fraude de lei. O PP prefire abaratar-lhe o custo da segunda vivenda aos que podem permitir-se chegar a tal cousa e em prejuízo das rendas mais baixas, mentres aprovam um novo imposto indirecto sobre a auga.
O clientelismo volve com força para acabar de rematar esta terrível diagnose da situaçom da Galiza um ano após a vitória do PP. Eis as moçons de censura de Louzám em Ponte Vedra, eis a teocracia de Baltar II em Ourense e as suas “fichages”. Nada novo sob o sol. Por enquanto falam de austeridade o gasto corrente sobe 2 pontos e os gastos correntes improdutivos assi como o gasto de pessoal subem tamém. O endividamento das contas públicas situa-se em 1.197 milhons de €, mas a sua prioridade é atirar o galego das oposiçons e fazer da TVG o seu coto privado onde só lhe falta ao PP dar o parte metereológico, como lhe lembrava o porta-voz do PSOE.
A língua proletária do meu povo na sua boca sempre vam acompanhadas de valores negativos e, por vezes, até racistas. Porque para o PP o galego empobrece, ainda que logo emporca-lhe as palavras de Castelao e digam que sentem “amor por Galicia”. A Galiza do “ano 10” Equivocam-se. Os que empobrecem o galego som os que enfermos de esquizoglossia paranoide rebaixam o orçamento de Normalizaçom Lingüística num 20% e um 15% para traduçons, “salvo para Castelao e Desván de los Monjes” como lhe lembrava ao PP Aymerich. A RAG paga caro a sua ousadia e tem que volver a ser mansa para recuperar o 30% que perdeu. O mesmo podemos aplicar-lhe às equipas de normalizaçom dos centros. Está claro todos os cartos de normalizaçom para esses jornais “galleguistas de centro moderado” como La Voz de la inmundicia e os empresários “tan gallegos como el gallego” do foro de Vigo.
Podemos condensar todo isto em poucas palavras bem é certo. Chegárom Feijoo e o PP ao governo galego o 1 de Março de 2009?. A resposta já foi antecipada: ni están, ni se les espera. E si senhor Ruiz Rivas, se o pobre de Marx levantara a cabeça...
Santa Cruz de Viana, 17 de Março de 2010.
[1] http://revoltairmandinha.blogspot.com/2010/03/as-mentiras-do-ultraliberalismo-good.html
1 comentário:
Parabens pelo blogue
http://ecodepontecaldelas.wordpress.com/
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